Metodologias Intervencionistas na Perspectiva da Teoria da Atividade Histórica-Cultural: Um Aporte Metodológico para Estudos Organizacionais
Este estudo parte da premissa de que as metodologias intervencionistas, originadas da perspectiva da Teoria da Atividade Histórico-Cultural, como parte recente das pesquisas qualitativas em Administração no Brasil, são propostas teórico-metodológicas que devem ser refletidas a partir dos contextos p...
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Universidade Federal da Paraíba
2013-08-01
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Series: | Teoria e Prática em Administração |
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doaj-f38d35db212541abb6f06def784777562020-11-25T03:54:23ZengUniversidade Federal da ParaíbaTeoria e Prática em Administração2238-104X2013-08-013110.21714/2238-104X2013v3i1-15182Metodologias Intervencionistas na Perspectiva da Teoria da Atividade Histórica-Cultural: Um Aporte Metodológico para Estudos OrganizacionaisMarcio Pascoal Cassandre0UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ - campus Faculdade Estadual de Ciências Econômicas de ApucaranaEste estudo parte da premissa de que as metodologias intervencionistas, originadas da perspectiva da Teoria da Atividade Histórico-Cultural, como parte recente das pesquisas qualitativas em Administração no Brasil, são propostas teórico-metodológicas que devem ser refletidas a partir dos contextos políticos, econômicos, sociais e institucionais das organizações que a utilizam, para análise de contradições e busca por desenvolvimento em atividades produtivas. Compreendendo estas atividades como um fenômeno histórico, complexo, concreto, em movimento e dialético. Em face dessa assertiva, neste estudo de delineamento exploratório-descritivo, investigou-se o método da autoconfrontação simples em dois momentos empíricos, e, posteriormente, a base teórico-metodológica do Change Laboratory®. A primeira experiência empírica analisou o gênero e o estilo da atividade das Manipuladoras de Alimentos integradas a um coletivo da organização escolar, tendo como base os pressupostos da abordagem histórico-cultural e a estratégia metodológica Clínica da Atividade, desenvolvida por Yves Clot. A segunda experiência, apoiada pelo mesmo quadro teórico da primeira pesquisa, teve a possibilidade de conhecer novamente o método da autoconfrontação simples tendo como base um estudo de caso com uma empresária do ramo de serviços de beleza, afim de resgatar particularidades da relação entre o sujeito estrategista e seu trabalho ao se refletir sobre a sua prática cotidiana. A terceira proposta empírica foi conduzida a partir das compreensões de uma etnografia, contando com a técnica da observação participante, realizada durante o período de sete meses de coleta de informações junto aos responsáveis pelo Change Laboratory®, do Center for Research on Activity, Development and Learning (CRADLE) da Universidade de Helsinki, e que se auto intitulam 3ª geração da Teoria da Atividade. Esta fase objetivou conhecer a formação oferecida neste centro. Tendo como foco as transformações das situações reais de trabalho, pode-se considerar que os métodos de pesquisa que fazem parte da metodologia intervencionista da Clínica da Atividade, são considerados métodos de ação, capazes de gerar condições para o diálogo do indivíduo com sua própria ação, com sua história, com a atividade que está vinculado e com a influência dos outros sujeitos envolvidos no dia a dia de seu trabalho. No mesmo sentido, o Change Laboratory® é um método de intervenção empregado para visionar, construir e experimentar novas formas de trabalho e modelos de produção e uma meta-ferramenta para analisar problemas ao nível sistêmico. Nessa perspectiva, problemas não são entendidos apenas em relação ao comportamento dos praticantes e recursos disponíveis, mas em relação a todo um sistema de elementos da atividade. Por fim, foi possível compreender que os praticantes destas metodologias são entendidos como indivíduos plenos de possibilidades, e que são estimulados por um intervencionista a desenvolverem sua capacidade de agir numa dada atividade por meio da racionalização de seus próprios conflitos. Conflitos estes originados em decorrência de suas práticas coletivas contraditórias e instáveis, cujos praticantes vão em busca de melhorias e transformações profundas, específicas e exclusivas no e para o objeto de sua atividade, com base nos seus próprios entendimentos e ferramentas, tendo como consequência, além de resultados possíveis para as organizações, também aprendizado expansivo que é extensivo a outros ambientes de sua convivência.https://periodicos.ufpb.br/index.php/tpa/article/view/15182 |
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Este estudo parte da premissa de que as metodologias intervencionistas, originadas da perspectiva da Teoria da Atividade Histórico-Cultural, como parte recente das pesquisas qualitativas em Administração no Brasil, são propostas teórico-metodológicas que devem ser refletidas a partir dos contextos políticos, econômicos, sociais e institucionais das organizações que a utilizam, para análise de contradições e busca por desenvolvimento em atividades produtivas. Compreendendo estas atividades como um fenômeno histórico, complexo, concreto, em movimento e dialético. Em face dessa assertiva, neste estudo de delineamento exploratório-descritivo, investigou-se o método da autoconfrontação simples em dois momentos empíricos, e, posteriormente, a base teórico-metodológica do Change Laboratory®. A primeira experiência empírica analisou o gênero e o estilo da atividade das Manipuladoras de Alimentos integradas a um coletivo da organização escolar, tendo como base os pressupostos da abordagem histórico-cultural e a estratégia metodológica Clínica da Atividade, desenvolvida por Yves Clot. A segunda experiência, apoiada pelo mesmo quadro teórico da primeira pesquisa, teve a possibilidade de conhecer novamente o método da autoconfrontação simples tendo como base um estudo de caso com uma empresária do ramo de serviços de beleza, afim de resgatar particularidades da relação entre o sujeito estrategista e seu trabalho ao se refletir sobre a sua prática cotidiana. A terceira proposta empírica foi conduzida a partir das compreensões de uma etnografia, contando com a técnica da observação participante, realizada durante o período de sete meses de coleta de informações junto aos responsáveis pelo Change Laboratory®, do Center for Research on Activity, Development and Learning (CRADLE) da Universidade de Helsinki, e que se auto intitulam 3ª geração da Teoria da Atividade. Esta fase objetivou conhecer a formação oferecida neste centro. Tendo como foco as transformações das situações reais de trabalho, pode-se considerar que os métodos de pesquisa que fazem parte da metodologia intervencionista da Clínica da Atividade, são considerados métodos de ação, capazes de gerar condições para o diálogo do indivíduo com sua própria ação, com sua história, com a atividade que está vinculado e com a influência dos outros sujeitos envolvidos no dia a dia de seu trabalho. No mesmo sentido, o Change Laboratory® é um método de intervenção empregado para visionar, construir e experimentar novas formas de trabalho e modelos de produção e uma meta-ferramenta para analisar problemas ao nível sistêmico. Nessa perspectiva, problemas não são entendidos apenas em relação ao comportamento dos praticantes e recursos disponíveis, mas em relação a todo um sistema de elementos da atividade. Por fim, foi possível compreender que os praticantes destas metodologias são entendidos como indivíduos plenos de possibilidades, e que são estimulados por um intervencionista a desenvolverem sua capacidade de agir numa dada atividade por meio da racionalização de seus próprios conflitos. Conflitos estes originados em decorrência de suas práticas coletivas contraditórias e instáveis, cujos praticantes vão em busca de melhorias e transformações profundas, específicas e exclusivas no e para o objeto de sua atividade, com base nos seus próprios entendimentos e ferramentas, tendo como consequência, além de resultados possíveis para as organizações, também aprendizado expansivo que é extensivo a outros ambientes de sua convivência. |
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