Summary: | Este artigo busca analisar o papel do docente no ensino superior a partir da perspectiva dos pesquisadores do campo da Saúde Coletiva. No novo cenário político de reformas da pós-graduação brasileira, o processo de avaliação deslocou a centralidade na docência para a pesquisa, face aos paradigmas educacionais implementados ao longo dos últimos trinta anos. Este foram sustentados ideologicamente pelo conceito de sociedade da (super)produção do conhecimento, trazendo uma nova condição às práticas didático-pedagógicas dos professores/pesquisadores de pós-graduação stricto sensu, cada vez mais competitivos e submetidos à lógica produtivista do mercado. Para tanto, realizou-se estudo de caso no campo da Saúde Coletiva, em uma instituição pública federal de Ciência e Tecnologia em Saúde. A pesquisa é de natureza qualitativa e os dados foram produzidos através de entrevistas de profundidade com professores/pesquisadores de um programa de pós-graduação stricto sensu em Saúde Pública da referida instituição, e analisadas através do método da análise de conteúdo. Para dar suporte ao estudo, realizou-se uma breve análise dos impactos da globalização neoliberal nos processos de transformação da vida universitária brasileira; em seguida, foram resgatadas as teorias acerca do papel do docente na sociedade do conhecimento; por fim, propôs-se um diálogo entre a constituição da alienação no trabalho docente, sob a perspectiva de Marx, e os efeitos de subjetivação advindos do contexto atual do ensino superior no Brasil.
DOI: 10.12957/demetra.2017.28503
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