PESQUISA COMO FUNÇÃO DE ESTADO? REFLEXÕES ETNOGRÁFICAS SOBRE UMA INSTITUIÇÃO IN BETWEEN
Resumo O Ipea é uma instituição que tem na realização de pesquisas voltadas para as ações de governo (políticas públicas, planejamento e desenvolvimento) sua razão de ser. Contudo, essa vocação da pesquisa como função de estado não se realiza sem tensões. Dentre essas tensões uma adquiriu relevo por...
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doaj-f2240fb939334ef8a5b0b7a13d2e2d7a2020-11-25T02:57:44ZengUniversidade Federal do Rio de JaneiroMana1678-494424223527710.1590/1678-49442018v24n2p235S0104-93132018000200235PESQUISA COMO FUNÇÃO DE ESTADO? REFLEXÕES ETNOGRÁFICAS SOBRE UMA INSTITUIÇÃO IN BETWEENCarla Costa TeixeiraAndréa de Souza LoboResumo O Ipea é uma instituição que tem na realização de pesquisas voltadas para as ações de governo (políticas públicas, planejamento e desenvolvimento) sua razão de ser. Contudo, essa vocação da pesquisa como função de estado não se realiza sem tensões. Dentre essas tensões uma adquiriu relevo por ter sido aquela que justamente suscitou o interesse dos técnicos do Ipea na realização de uma etnografia da instituição, denominada por alguns deles de “complexo de cajuína”. Numa clara alusão à música de Caetano Veloso que já nas suas primeiras estrofes indaga: “Existimos: a que será que se destina?”, há um interesse em discutir a existência de um ethos institucional compartilhado em meio ao que muitos identificam como uma crise de identidade dos “ipeanos”. Assim, o interesse deste artigo foi delinear a configuração de valores disputados na instituição, o que nos permitiu, por um lado, abordar o Ipea como uma instituição que, por suas características, tem efeitos mais complexos nos processos estatais; e, por outro, rediscutir a própria noção de ethos institucional. Consiste, portanto, num esforço de contribuir para a compreensão desse universo etnográfico particular, mas também de levantar boas questões para pensar as relações entre os ofícios da pesquisa e de governo na conformação de uma instituição pública.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93132018000200235&lng=en&tlng=enIPEAstateinstitutionethnographyethos |
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Resumo O Ipea é uma instituição que tem na realização de pesquisas voltadas para as ações de governo (políticas públicas, planejamento e desenvolvimento) sua razão de ser. Contudo, essa vocação da pesquisa como função de estado não se realiza sem tensões. Dentre essas tensões uma adquiriu relevo por ter sido aquela que justamente suscitou o interesse dos técnicos do Ipea na realização de uma etnografia da instituição, denominada por alguns deles de “complexo de cajuína”. Numa clara alusão à música de Caetano Veloso que já nas suas primeiras estrofes indaga: “Existimos: a que será que se destina?”, há um interesse em discutir a existência de um ethos institucional compartilhado em meio ao que muitos identificam como uma crise de identidade dos “ipeanos”. Assim, o interesse deste artigo foi delinear a configuração de valores disputados na instituição, o que nos permitiu, por um lado, abordar o Ipea como uma instituição que, por suas características, tem efeitos mais complexos nos processos estatais; e, por outro, rediscutir a própria noção de ethos institucional. Consiste, portanto, num esforço de contribuir para a compreensão desse universo etnográfico particular, mas também de levantar boas questões para pensar as relações entre os ofícios da pesquisa e de governo na conformação de uma instituição pública. |
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