Summary: | Em discussões sobre avaliação escolar, e em meio à afirmação de que ela é um "instrumento que ajuda a direcionar e redirecionar a prática pedagógica", não é raro ouvir de professores, coordenadores pedagógicos, diretores e assessores de escolas públicas e privadas a afirmação de que o que se faz na escola por meio desse "instrumento" é "diagnosticar" as "dificuldades" dos alunos. "Diagnostica-se", através da avaliação, os "problemas" que os alunos têm, o que "não conseguiram apreender das aulas" e que "remédio" lhes deve ser dado para "sanar" tais problemas. Todas essas palavras são originalmente encontradas no discurso médico para a descrição de situações de doença, mas elas fazem parte, igualmente, do meio escolar. O objetivo deste texto é discutir a forma como a escola se apropria desse discurso e seus efeitos.<br>When evaluation comes as a topic for discussion it is common to hear teachers, principals and pedagogical coordinators refer to evaluation tests as "instruments that help direct and redirect the pedagogical practice". They state "that via the application of tests" it is possible "to diagnose" the students' "difficulties", their learning "problems", what topics "they could not learn" and the kind of "medication" that should be administered in order to cause them "to recover". All these terms are originally found in the medical discourse to refer to medical situations, illnesses, but they have been largely used in the educational discourse as well. The objective of this study is to reflect on how such terms migrated to the educational environment and what their effects are.
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