Homem, a ciência e a bioética
O Homem actual continua com a (e pela) ciência, a gozar das inovações que quase diariamente ela lhe proporciona, a acreditar no seu potencial benéfico, a investir no seu fomento, a aceitá-la como indiscutível e dogmático factor do seu próprio desenvolvimento. Mas o uso de algumas descobertas científ...
Main Authors: | , , |
---|---|
Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Instituto Superior Politécnico de Viseu
2016-02-01
|
Series: | Millenium |
Online Access: | http://revistas.rcaap.pt/millenium/article/view/8431 |
id |
doaj-f1d666714d5a42fdaa28be254929791a |
---|---|
record_format |
Article |
spelling |
doaj-f1d666714d5a42fdaa28be254929791a2020-11-24T21:08:56ZengInstituto Superior Politécnico de ViseuMillenium0873-30151647-662X2016-02-0103019265839Homem, a ciência e a bioéticaJoão Rui Duarte Farias NogueiraRui Pedro Cardoso LoureiroErnestina Maria Veríssimo Batoca SilvaO Homem actual continua com a (e pela) ciência, a gozar das inovações que quase diariamente ela lhe proporciona, a acreditar no seu potencial benéfico, a investir no seu fomento, a aceitá-la como indiscutível e dogmático factor do seu próprio desenvolvimento. Mas o uso de algumas descobertas científicas, vieram demonstrar que a ciência nem sempre se faz a favor, mas algumas vezes contra o Homem. A ficção tornou-se realidade e ao Homem parece nada ser impossível. Os únicos limites apontados à ciência são os que ela própria encerra, decorrentes de conhecimentos ainda não plenamente desenvolvidos e capacidades ainda não totalmente dominadas. Mas estes limites intrínsecos à ciência afinal são sempre provisórios e ultrapassáveis. É neste progresso desenfreado que urge dominar, orientar o seu desenvolvimento, o que exige o estabelecimento prioritário de limites nas área de investigação a empreender. O problema do aparente irreprimível progresso científicotecnológico vem a ser travado pela bioética, entendida então primariamente como um meio de imposição de limites à ciência, através da criação de orientações diversas de pensamento e de acção que determinam modos de pensar e agir, de interpretar e de intervir, às vezes bem distintos entre si, e de normas que regulamentam algumas intervenções. O problema que se evidencia então como prioritário é o de defender a dignidade do Homem, de preservar a sua identidade face ao perigo eminente da sua artificialização. Exige-se assim uma reflexão sobre a especificidade do ser Homem que venha a possibilitar, com uma legitimidade acrescida fundada na identidade do Homem, o estabelecimento de parâmetros para a intervenção científico-tecnológica. Esta só se justificará na medida em que promova as condições de realização do Homem, que contribua para a perfectibilidade do seu modo de ser e de existir.http://revistas.rcaap.pt/millenium/article/view/8431 |
collection |
DOAJ |
language |
English |
format |
Article |
sources |
DOAJ |
author |
João Rui Duarte Farias Nogueira Rui Pedro Cardoso Loureiro Ernestina Maria Veríssimo Batoca Silva |
spellingShingle |
João Rui Duarte Farias Nogueira Rui Pedro Cardoso Loureiro Ernestina Maria Veríssimo Batoca Silva Homem, a ciência e a bioética Millenium |
author_facet |
João Rui Duarte Farias Nogueira Rui Pedro Cardoso Loureiro Ernestina Maria Veríssimo Batoca Silva |
author_sort |
João Rui Duarte Farias Nogueira |
title |
Homem, a ciência e a bioética |
title_short |
Homem, a ciência e a bioética |
title_full |
Homem, a ciência e a bioética |
title_fullStr |
Homem, a ciência e a bioética |
title_full_unstemmed |
Homem, a ciência e a bioética |
title_sort |
homem, a ciência e a bioética |
publisher |
Instituto Superior Politécnico de Viseu |
series |
Millenium |
issn |
0873-3015 1647-662X |
publishDate |
2016-02-01 |
description |
O Homem actual continua com a (e pela) ciência, a gozar das inovações que quase diariamente ela lhe proporciona, a acreditar no seu potencial benéfico, a investir no seu fomento, a aceitá-la como indiscutível e dogmático factor do seu próprio desenvolvimento. Mas o uso de algumas descobertas científicas, vieram demonstrar que a ciência nem sempre se faz a favor, mas algumas vezes contra o Homem.
A ficção tornou-se realidade e ao Homem parece nada ser impossível. Os únicos limites apontados à ciência são os que ela própria encerra, decorrentes de conhecimentos ainda não plenamente desenvolvidos e capacidades ainda não totalmente dominadas. Mas estes limites intrínsecos à ciência afinal são sempre provisórios e ultrapassáveis.
É neste progresso desenfreado que urge dominar, orientar o seu desenvolvimento, o que exige o estabelecimento prioritário de limites nas área de investigação a empreender. O problema do aparente irreprimível progresso científicotecnológico vem a ser travado pela bioética, entendida então primariamente como um meio de imposição de limites à ciência, através da criação de orientações diversas de pensamento e de acção que determinam modos de pensar e agir, de interpretar e de intervir, às vezes bem distintos entre si, e de normas que regulamentam algumas intervenções.
O problema que se evidencia então como prioritário é o de defender a dignidade do Homem, de preservar a sua identidade face ao perigo eminente da sua artificialização. Exige-se assim uma reflexão sobre a especificidade do ser Homem que venha a possibilitar, com uma legitimidade acrescida fundada na identidade do Homem, o estabelecimento de parâmetros para a intervenção científico-tecnológica. Esta só se justificará na medida em que promova as condições de realização do Homem, que contribua para a perfectibilidade do seu modo de ser e de existir. |
url |
http://revistas.rcaap.pt/millenium/article/view/8431 |
work_keys_str_mv |
AT joaoruiduartefariasnogueira homemacienciaeabioetica AT ruipedrocardosoloureiro homemacienciaeabioetica AT ernestinamariaverissimobatocasilva homemacienciaeabioetica |
_version_ |
1716759002266730496 |