Summary: | Resumo As Formas Elementares da Vida Religiosa é a última grande obra que Émile Durkheim publicou em vida. Sua importância para a sociologia, antropologia e áreas afins é inequívoca, o que fez e faz do livro um clássico das Ciências Sociais. Tal referência que passou a ser ocorreu acompanhada de determinadas avaliações e interpretações. Dentre essas, destacam-se aquelas que veem As Formas Elementares, positiva ou negativamente, como um ponto de ruptura no interior do projeto intelectual durkheimiano. O presente trabalho, tomando como referencial o conjunto da obra do sociólogo francês, e passando em revista os argumentos dos autores que identificam na obra de 1912 uma nova abordagem, mostra que a religião sempre esteve presente nas preocupações - nos planos social e científico - de Durkheim. Como será exposto, se, por um lado, a maneira de tratar o fenômeno religioso foi gradativamente se modificando, por outro, a concepção e elaboração de As Formas Elementares da Vida Religiosa não prescindiram dos recursos teóricos e metodológicos formulados e operacionalizados nas obras precedentes. Ou seja, mostrar-se-á que, ao invés de ruptura, há uma linha de continuidade entre as primeiras e aquela última obra de Émile Durkheim.
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