Pier Della Vigna x Catão de Útica
Por meio da análise de dois casos da Divina Comédia de Dante Alighieri ( 1998): o de Pier Della Vigna (canto XIII do Inferno) e o de Catão de Útica (de- signado a ser guardião do Purgatório, canto I), o presente estudo visa verificar de que maneira e a partir de quais preceitos filosófico - teológi...
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Universidade de São Paulo
2019-04-01
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Series: | Revista Criação & Crítica |
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doaj-f0fc296aedc7484c83e2b4df168795b02020-11-25T02:31:22ZspaUniversidade de São PauloRevista Criação & Crítica1984-11242019-04-012310.11606/issn.1984-1124.v23i23p15-27Pier Della Vigna x Catão de ÚticaMaria Célia Martirani Bernardi Fantin0Universidade Federal do Paraná Por meio da análise de dois casos da Divina Comédia de Dante Alighieri ( 1998): o de Pier Della Vigna (canto XIII do Inferno) e o de Catão de Útica (de- signado a ser guardião do Purgatório, canto I), o presente estudo visa verificar de que maneira e a partir de quais preceitos filosófico - teológicos, esses do is per- sonagens suicidas são representados por uma das obras - primas da literatura universal. No primeiro caso, segundo o dantólogo Vittorio Sermonti (2018), o poeta é coerente com os ensinamentos de São Tomás de Aquino, expoente má- ximo do período da filosof ia Escolástica, em que os que se auto - aniquilam traem a Deus, pois Este, no momento da criação, concederia ao homem a graça de lhe confiar, em primeiríssima instância, a própria vida. Daí por que os suicidas se- jam condenados à cisão corpo - alma, no círculo dos violentos da tortuosa selva infernal. No segundo, Erich Auerbach (1989), observa que Catão – embora sui- cida e pagão – tenha sido absolvido por Dante, sendo designado ao Purgatório, porque reuniria todas as características capazes de fazer dele uma extr aordiná- ria “figura” de Cristo, já que sua morte voluntária seria heroica, ao escolher o martírio para resgatar Roma da escravidão de César. http://www.revistas.usp.br/criacaoecritica/article/view/151490suicídioDivina ComédiaDante AlighieriPier Della VignaCatão de Útica |
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Por meio da análise de dois casos da Divina Comédia de Dante Alighieri ( 1998): o de Pier Della Vigna (canto XIII do Inferno) e o de Catão de Útica (de- signado a ser guardião do Purgatório, canto I), o presente estudo visa verificar de que maneira e a partir de quais preceitos filosófico - teológicos, esses do is per- sonagens suicidas são representados por uma das obras - primas da literatura universal. No primeiro caso, segundo o dantólogo Vittorio Sermonti (2018), o poeta é coerente com os ensinamentos de São Tomás de Aquino, expoente má- ximo do período da filosof ia Escolástica, em que os que se auto - aniquilam traem a Deus, pois Este, no momento da criação, concederia ao homem a graça de lhe confiar, em primeiríssima instância, a própria vida. Daí por que os suicidas se- jam condenados à cisão corpo - alma, no círculo dos violentos da tortuosa selva infernal. No segundo, Erich Auerbach (1989), observa que Catão – embora sui- cida e pagão – tenha sido absolvido por Dante, sendo designado ao Purgatório, porque reuniria todas as características capazes de fazer dele uma extr aordiná- ria “figura” de Cristo, já que sua morte voluntária seria heroica, ao escolher o martírio para resgatar Roma da escravidão de César.
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