Summary: | Durante a década de 80, um conjunto de mobilizações emergem no cenário agrário brasileiro representando as lutas das comunidades tradicionais contra diferentes formas de subalternização material e simbólica e pela afirmação das suas territorialidades. Um exemplo da invisibilização destes grupos pode ser observado nos livros didáticos utilizados nas escolas brasileiras onde diversos sujeitos do campo são apresentados a partir do olhar eurocêntrico, o que leva a uma distorção e ocultação de suas práticas, saberes e conflitos. É fundamental, deste modo, a construção de materiais didáticos que tragam à tona suas geo-grafias a partir da ecologia de saberes, fruto da dialogia entre os conhecimentos populares e científicos. Neste sentido, apresentamos alguns caminhos possíveis trilhados por Comunidades Tradicionais do Paraná, mais especificamente benzedeiras e faxinalenses que buscam, na construção de materiais didáticos, outras formas de visibilização, que nesta perspectiva passa a ser uma prática contra-hegemônica, pois dá voz àqueles que são tratados como o atraso do campo brasileiro, demonstrando suas (r)existências frente ao avanço do capitalismo no campo e à profundidade e diversidade de seus saberes.
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