Podem as imagens estáticas contar histórias? Sintoma e temporalidade nas teorias da narrativa no fotojornalismo

A temporalidade é um dos conceitos centrais na definição da narrativa. Nesse sentido, o fotojornalismo sempre representou um problema para os estudos narratológicos, uma vez que as teorias tradicionais da imagem entendem a fotografia como uma figura que imobiliza o tempo, desprovida de duração. O ob...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Eliza Bachega Casadei
Format: Article
Language:English
Published: Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo 2015-09-01
Series:Brazilian Journalism Research
Subjects:
Online Access:https://bjr.sbpjor.org.br/bjr/article/view/703
Description
Summary:A temporalidade é um dos conceitos centrais na definição da narrativa. Nesse sentido, o fotojornalismo sempre representou um problema para os estudos narratológicos, uma vez que as teorias tradicionais da imagem entendem a fotografia como uma figura que imobiliza o tempo, desprovida de duração. O objetivo do presente artigo é discutir se a prática fotojornalística é capaz de engendrar narrativas ou se se trata de uma atividade meramente ligada à descrição. Posto que as teorias tradicionais, ligadas ao domínio do visível, expulsam a temporalidade da narrativa fotojornalística, é necessário devolver o tempo à imagem a partir de um outro registro: o visual. Nosso argumento é o de que é justamente no entrecruzamento do visível com o visual que a narrativa e a temporalidade do fotojornalismo se urdem, em uma concepção de imagem que não leva em consideração apenas os elementos semióticos do fotojornalismo, mas também os seus aspectos sintomáticos.
ISSN:1808-4079
1981-9854