Crise do romance – crise de um país: Berlin Alexanderplatz, de Alfred Döblin
A obra principal de Döblin, publicada em 1929, é analisada simultaneamente como um romance de formação e uma epopeia moderna. Ao acompanhar o caminho de vida do protagonista Franz Biberkopf, passamos a conhecer a praça central que simboliza a capital da Alemanha. A metrópole moderna é apresentada a...
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Universidade de São Paulo (USP)
2018-08-01
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doaj-ef1c9688bf8a47a2b5aeb382c3c77fa62020-11-25T03:37:29ZporUniversidade de São Paulo (USP)Literatura e Sociedade1413-29822237-11842018-08-01232710.11606/issn.2237-1184.v0i27p77-94Crise do romance – crise de um país: Berlin Alexanderplatz, de Alfred DöblinWilli Bolle0Universidade de São Paulo (USP) A obra principal de Döblin, publicada em 1929, é analisada simultaneamente como um romance de formação e uma epopeia moderna. Ao acompanhar o caminho de vida do protagonista Franz Biberkopf, passamos a conhecer a praça central que simboliza a capital da Alemanha. A metrópole moderna é apresentada através de uma montagem de elementos múltiplos, em que se destacam os botecos como lugares de encontro e os jornais, proporcionando uma imersão na atmosfera social e política da República de Weimar, na época da grande crise econômica de 1929, que acabou levando o país para a ditadura nazista. Paralelamente aos crimes cotidianos comuns, nos quais se envolve também o protagonista, são evocados os crimes na esfera política. A narração do assassinato de uma moça tem como pano de fundo a visão de um ataque aéreo, sugerindo que a guerra de 1914-1918 teria continuidade numa segunda guerra mundial. Com base no principal traço de caráter de Franz Biberkopf – a burrice, ligada à soberba e à ingenuidade – é estabelecida uma analogia com a burrice de um povo, descrita por Robert Musil, em 1937. A análise termina com uma discussão crítica da postura moralizante do narrador de Döblin. http://www.revistas.usp.br/ls/article/view/148536Alfred DöblinBerlin Alexanderplatzromance de formaçãoepopeia modernametrópoleRepública de Weimar. |
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A obra principal de Döblin, publicada em 1929, é analisada simultaneamente como um romance de formação e uma epopeia moderna. Ao acompanhar o caminho de vida do protagonista Franz Biberkopf, passamos a conhecer a praça central que simboliza a capital da Alemanha. A metrópole moderna é apresentada através de uma montagem de elementos múltiplos, em que se destacam os botecos como lugares de encontro e os jornais, proporcionando uma imersão na atmosfera social e política da República de Weimar, na época da grande crise econômica de 1929, que acabou levando o país para a ditadura nazista. Paralelamente aos crimes cotidianos comuns, nos quais se envolve também o protagonista, são evocados os crimes na esfera política. A narração do assassinato de uma moça tem como pano de fundo a visão de um ataque aéreo, sugerindo que a guerra de 1914-1918 teria continuidade numa segunda guerra mundial. Com base no principal traço de caráter de Franz Biberkopf – a burrice, ligada à soberba e à ingenuidade – é estabelecida uma analogia com a burrice de um povo, descrita por Robert Musil, em 1937. A análise termina com uma discussão crítica da postura moralizante do narrador de Döblin.
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