Summary: | Sobre a revista Orpheu e seu contexto muito se tem escrito ultimamente, mas duas ausências flagrantemente se acusam: como se fosse possível conceber o mítico tangedor de lira sem falar da arte das musas, e como se fosse possível imaginá-lo ignorando a essencialidade da ninfa desafortunada, pouco se tem escrito sobre música, pouco se tem escrito sobre Eurídice. Este artigo procura reflectir sobre estas duas ausências em desvelando alguns passos do início de carreira de Ruy Coelho (1889-1986), compositor ainda hoje praticamente esquecido, problematizando-o em função do recém-descoberto manuscrito "O verdadeiro sentido da Arte Moderna em Portugal" (1922) e de um ignorado insólito de há cinquenta anos--a ópera-declamação-ballet-mímica Orfeu em Lisboa (1963-1966).
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