Organizações não governamentais: espaços de imbricação de "políticas de piedade" e "políticas de justiça"?

Não fazendo incidir a nossa reflexão sobre um certo tipo de voluntariado cuja perspectiva é mais planetária e cujas acções visam o reforço de outros movimentos congéneres de alcance internacional defendendo causas mais universais, neste pequeno estudo iniciaremos tão só uma abordagem das diferentes...

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Bibliographic Details
Main Author: Maria Leonor Sampaio
Format: Article
Language:Spanish
Published: Programa de Pós-Graduação em Administração da Faculdade de Administração e Economia 2006-06-01
Series:Revista Organizações em Contexto
Online Access:https://www.metodista.br/revistas/revistas-metodista/index.php/OC/article/view/1321
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1982-8756
publishDate 2006-06-01
description Não fazendo incidir a nossa reflexão sobre um certo tipo de voluntariado cuja perspectiva é mais planetária e cujas acções visam o reforço de outros movimentos congéneres de alcance internacional defendendo causas mais universais, neste pequeno estudo iniciaremos tão só uma abordagem das diferentes formas do trabalho que o Terceiro Sector em Portugal tem vindo a adquirir e que a nosso ver ultrapassam o altruísmo humanitário e aquilo a que Scheler chamou de piedade (SCHELER, 1967). Porque, se o espectáculo do sofrimento (ARENDT, 1967) daqueles que sofrem à distância (Boltanski, 1993), pode estimular uma prática de piedade por parte daqueles que observam esse sofrimento, mas não o vivenciam, que dizer das razões que levam à integração formal em organizações que se dedicam a outro tipo de actividades ainda que voluntárias? Haverá uma motivação transversal a todas as ONGs, desde aquelas que se aplicam na defesa do património arquitectónico, na defesa da cultura nacional ou local, na limpeza de praias e matas, em práticas voluntárias junto de animais, no apoio e/ou visita a doentes, a presos etc.? Inseridos num ritmo da mudança característico da modernidade (GIDDENS, 1992), em que o individualismo se constrói na reflexão crítica e se pretende livre (SINGLY, 2003), que regimes justificativos de acção (BOLTANSKI, 2001) subjazem à formação e/ou adesão a este tipo de organizações? Com base em que estratégias individuais se faz a passagem para um comprometimento colectivo?
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