Summary: | O artigo analisa as variações cromáticas do traje tradicional da baiana sofridas ao longo das últimas décadas por interpretações da indústria do entretenimento (Carnaval), de criadores artesãs baseadas no conceito de upcycling e do turismo ou receptivo. Tem como propósito estabelecer um paralelismo estético-simbólico entre sua composição matricial que inclui um conjunto de peças vestimentares, torso, acessórios e calçado (LODY, 1996, 2003) e as derivações sucedidas à margem do seu contexto sociorreligioso de origem, com as novas morfologias e cores apresentadas pela mídia televisiva, observadas em exposições e no cotidiano das ruas de Salvador. Partindo do pressuposto de que o traje tradicional representa uma identidade afro-brasileira derivada de uma conjuntura sociorreligiosa na qual a cor é um elemento fundamental (LODY, 1996, 2003), pretende-se buscar na sua ontologia as referências fundamentais à interpretação de suas recentes morfologias e significados atribuídos pelas cores, incorporação de materiais e subtração de elementos de sua composição original.
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