Summary: | RESUMO Objetivos Calcular a prevalência de sintomatologia depressiva pré-natal em grávidas de baixo risco, no termo da gestação, avaliar seus preditores e desfechos materno-fetais. Para tal, avaliar-se-á a aplicabilidade da Escala de Rastreio de Depressão Pós-Parto (PDSS 24) nessa fase da gravidez. Métodos A PDSS 24 e um questionário sociodemográfico, psicossocial e médico (antecedentes obstétricos e patológicos) foram autoaplicados a 403 grávidas (37-40 semanas de gestação), com idade média de 30,5 anos (DP = 4,67). Por meio do processo clínico, foram recolhidos dados de resultados materno-fetais. Resultados A PDSS 24 possui propriedades psicométricas adequadas para a deteção de sintomatologia depressiva pré-natal. A prevalência de sintomatologia depressiva pré-natal foi de 41,7%. Grávidas com níveis de escolaridade inferiores, não casadas, cuja gravidez não foi planejada e com antecedentes de acontecimentos de vida significativos apresentam risco duas vezes superior de sintomatologia depressiva no período pré-natal. Grávidas cujo apoio social percebido ao longo da gravidez não correspondeu ao desejado e com história prévia de depressão apresentam cerca de três vezes maior risco sintomatologia depressiva no período pré-natal. Para desfechos materno-fetais (pré-eclâmpsia, restrição de crescimento fetal, Apgar 1º/5º minuto, tipo de parto, percentil de peso, oligoâminos e necessidade de cuidados intensivos), as diferenças foram não significativas. Conclusão O rastreio da depressão pré-natal deve ser realizado na gravidez. Porém, no termo da gestação o uso da PDSS 24 como ferramenta de deteção de sintomatologia depressiva deve ser feito com cautela. A elevada prevalência de sintomas relacionados com o sono nessa fase da gestação pode conduzir ao sobre diagnóstico, usando a PDSS 24.
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