Summary: | O texto pretende explicitar como, segundo Tugendhat, se dá a justificação da moral, intrínseca aos juízos morais, através de uma imbricação dos elementos racional e emotivo. Os juízos morais, enquanto procedimento racional, contêm uma pretensão de objetividade, que se pode explicar pelo imperativo categórico kantiano, interpretado como um exigir mútuo do respeito universal e imparcial aos interesses de todos. A obrigatoriedade moral, porém, pressupõe também um querer fazer parte de uma comunidade moral, a partir da qual os juízos morais passam a vincular emotivamente, através da interiorização dos sentimentos que acompanham o aprovar e o desaprovar moral. Essa explicação das exigências morais parece satisfatória para a justificação de um núcleo mínimo de normas morais partilhadas numa dada sociedade; o texto aponta para a problematicidade dessa justificação da obrigatoriedade moral nos casos em que faltam regras partilhadas ou quando se considera a não-identificação das exigências morais com o que é empiricamente aprovado na sociedade.
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