COMPORTAMENTO EMPREENDEDOR: UM ESTUDO EMPÍRICO BASEADO NO REFERENCIAL DE McCLELLAND
Os estudos desenvolvidos por McClelland na década de 1960 contribuíram para descaracterizar a visão – até então dominante - que concebia a existência de uma personalidade empreendedora e atribuía aos traços empreendedores um caráter interno aos indivíduos. Apontavam tais estudos, então, para um conj...
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Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Programa de Estudos Pós-Graduados em Administração
2015-01-01
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doaj-ec5499342b0b4aa1abe071c77ff4c2672020-11-24T23:05:22ZporPontifícia Universidade Católica de São Paulo, Programa de Estudos Pós-Graduados em AdministraçãoRevista de Carreira e Pessoas2237-14272015-01-014310.20503/recape.v4i3.2183715195COMPORTAMENTO EMPREENDEDOR: UM ESTUDO EMPÍRICO BASEADO NO REFERENCIAL DE McCLELLANDLisete Barlach0Universidade de São PauloOs estudos desenvolvidos por McClelland na década de 1960 contribuíram para descaracterizar a visão – até então dominante - que concebia a existência de uma personalidade empreendedora e atribuía aos traços empreendedores um caráter interno aos indivíduos. Apontavam tais estudos, então, para um conjunto de características psicossociais que explicavam a preferência de alguns indivíduos por um “estilo de vida sem patrão” (McClelland, 1987). Baseado no conceito de motivação para a realização, esse autor se utilizou extensivamente da análise de estórias suscitadas pelas pranchas do TAT (Thematic Apperception Test), concluindo que empreendedores eram aqueles indivíduos que, dotados de um alto índice desse tipo de motivação, eram predispostos a correr riscos e buscar a excelência no fazer, além de possuírem lócus de controle interno. Este trabalho tem por base os conceitos de McClelland à luz de pesquisas de décadas subsequentes e apresenta os resultados da aplicação do método de McClelland a um grupo de aproximadamente 20 empreendedores ligados a um Centro Incubador de Empresas, em São Paulo, em 2005 (Barlach, 2007), e a um grupo de 6 (seis) empreendedores ligados à Incubadora Tecnológica e Social da EACH USP, em 2012. Os instrumentos utilizados na primeira pesquisa foram o TAT (aplicado individualmente, seguido de discussão orientada em pequenos grupos), o inventário LOC (para avaliar o lócus de controle) e a observação do comportamento individual e grupal ao longo de um ciclo de aulas coordenado pela autora. Quanto à segunda pesquisa, o instrumento básico foi a aplicação do TAT, com a análise das estórias e a discussão coletiva dos resultados, seguida da elaboração de planos de trabalho individuais (PDIs). Os resultados indicam que a decisão de empreender não tem relação biunívoca com a presença do comportamento empreendedor, conforme o referencial de McClelland, e que a elaboração de PDIs pode colaborar para a identificação das lacunas entre as competências comportamentais existentes no momento da decisão de empreender e as que deverão ser objeto de reflexão e investimento pessoal ou coletivo das diversas fases até a implementação do novo negócio.https://revistas.pucsp.br/index.php/ReCaPe/article/view/21837comportamento empreendedorplanos de desenvolvimento individualTAT (Thematic Apperception Test) |
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Os estudos desenvolvidos por McClelland na década de 1960 contribuíram para descaracterizar a visão – até então dominante - que concebia a existência de uma personalidade empreendedora e atribuía aos traços empreendedores um caráter interno aos indivíduos. Apontavam tais estudos, então, para um conjunto de características psicossociais que explicavam a preferência de alguns indivíduos por um “estilo de vida sem patrão” (McClelland, 1987).
Baseado no conceito de motivação para a realização, esse autor se utilizou extensivamente da análise de estórias suscitadas pelas pranchas do TAT (Thematic Apperception Test), concluindo que empreendedores eram aqueles indivíduos que, dotados de um alto índice desse tipo de motivação, eram predispostos a correr riscos e buscar a excelência no fazer, além de possuírem lócus de controle interno.
Este trabalho tem por base os conceitos de McClelland à luz de pesquisas de décadas subsequentes e apresenta os resultados da aplicação do método de McClelland a um grupo de aproximadamente 20 empreendedores ligados a um Centro Incubador de Empresas, em São Paulo, em 2005 (Barlach, 2007), e a um grupo de 6 (seis) empreendedores ligados à Incubadora Tecnológica e Social da EACH USP, em 2012. Os instrumentos utilizados na primeira pesquisa foram o TAT (aplicado individualmente, seguido de discussão orientada em pequenos grupos), o inventário LOC (para avaliar o lócus de controle) e a observação do comportamento individual e grupal ao longo de um ciclo de aulas coordenado pela autora. Quanto à segunda pesquisa, o instrumento básico foi a aplicação do TAT, com a análise das estórias e a discussão coletiva dos resultados, seguida da elaboração de planos de trabalho individuais (PDIs).
Os resultados indicam que a decisão de empreender não tem relação biunívoca com a presença do comportamento empreendedor, conforme o referencial de McClelland, e que a elaboração de PDIs pode colaborar para a identificação das lacunas entre as competências comportamentais existentes no momento da decisão de empreender e as que deverão ser objeto de reflexão e investimento pessoal ou coletivo das diversas fases até a implementação do novo negócio. |
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