Summary: | Os hemangiomas são os tumores mais frequentes da infância, geralmente de pequenas dimensões e com regressão espontânea.
Alguns, pelo seu tamanho e/ou localização, associam-se a complicações que põem em risco a vida da criança.
Os autores apresentam o caso clínico de uma criança do sexo feminino, com hemangioma extenso da face, complicado de ulceração e necrose do repto nasal e lábio superior, redução importante da fenda palpebral direita, dificuldade respiratória com estridor marcado e necessidade de ventilação mecânica.
A gravidade clínica e a ausência de resposta ao tratamento com prednisolona oral motivaram a instituição de interferon a-2b (3 000 000 UI/m2/dia, subcutâneo) durante 20 meses com desaparecimento da dificuldade respiratória e redução progressiva do hemangioma. O estudo efectuado revelou vasos cerebrais anormais nomeadamente as artérias carótida interna, comunicante posterior e cerebral posterior direitas.
Aos dois anos de idade foi detectada uma diplegia espástica.
Suspendeu-se o tratamento com interferon e iniciou fisioterapia. Actualmente, com três anos de idade, apresenta regressão franca do hemangioma, progressos importantes na marcha e o restante desenvolvimento psicomotor é normal.
Este caso reporta a eficácia do interferon a no tratamento de hemangiomas graves em alternativa à corticoterapia sistémica. Menciona-se a diplegia espástica como um possível efeito colateral recentemente imputado ao interferon e a importância do exame neurológico durante este tratamento, permitindo um diagnóstico precoce e minimizar as sequelas.
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