Hemangioma Cervico-Laringo-Facial na Criança: Tratamento com Interferon a-2b

Os hemangiomas são os tumores mais frequentes da infância, geralmente de pequenas dimensões e com regressão espontânea. Alguns, pelo seu tamanho e/ou localização, associam-se a complicações que põem em risco a vida da criança. Os autores apresentam o caso clínico de uma criança do sexo feminino,...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: M. Sameiro Barreirinho, Miguel Taveira, Carmen Carvalho, Clara Barbot, Ana Ramos, Herculano Rocha, Conceição Rosário
Format: Article
Language:English
Published: Sociedade Portuguesa de Pediatria 2014-09-01
Series:Portuguese Journal of Pediatrics
Subjects:
Online Access:https://pjp.spp.pt//article/view/5416
Description
Summary:Os hemangiomas são os tumores mais frequentes da infância, geralmente de pequenas dimensões e com regressão espontânea. Alguns, pelo seu tamanho e/ou localização, associam-se a complicações que põem em risco a vida da criança. Os autores apresentam o caso clínico de uma criança do sexo feminino, com hemangioma extenso da face, complicado de ulceração e necrose do repto nasal e lábio superior, redução importante da fenda palpebral direita, dificuldade respiratória com estridor marcado e necessidade de ventilação mecânica. A gravidade clínica e a ausência de resposta ao tratamento com prednisolona oral motivaram a instituição de interferon a-2b (3 000 000 UI/m2/dia, subcutâneo) durante 20 meses com desaparecimento da dificuldade respiratória e redução progressiva do hemangioma. O estudo efectuado revelou vasos cerebrais anormais nomeadamente as artérias carótida interna, comunicante posterior e cerebral posterior direitas. Aos dois anos de idade foi detectada uma diplegia espástica. Suspendeu-se o tratamento com interferon e iniciou fisioterapia. Actualmente, com três anos de idade, apresenta regressão franca do hemangioma, progressos importantes na marcha e o restante desenvolvimento psicomotor é normal. Este caso reporta a eficácia do interferon a no tratamento de hemangiomas graves em alternativa à corticoterapia sistémica. Menciona-se a diplegia espástica como um possível efeito colateral recentemente imputado ao interferon e a importância do exame neurológico durante este tratamento, permitindo um diagnóstico precoce e minimizar as sequelas.
ISSN:2184-3333