Summary: | Foram estudadas as lesões provocadas nas artérias carótidas de cobaias (Cavia porcellus), com diâmetros variando de 1 a 2 mm, submetidas à clampagem temporária (10 e 30 minutos), com microclampes empregados em microneurocirurgia, utilizando-se injeção intravital da mistura de gelatina líquida e tinta da China para contrastação dos vasa vasorum. As artérias foram diafanizadas e observadas ao microscópio óptico e posteriormente observadas através de cortes histológicos. Foram verificadas lesões agudas na íntima, na camada média e na rede de vasa vasorum adventicial, que ocorreram independentemente da duração da clampagem. Os resultados sugerem que existe uma pressão crítica exercida pelos microclampes, acima da qual deixa de haver uma relação direta entre a pressão exercida e o grau de lesão da parede arterial. A observação das artérias 30 dias após a clampagem temporária evidenciou recuperação parcial em relação às lesões agudas embora tenham persistido alterações na íntima e na camada média, que poderão constituir pontos fracos na parede arterial. As alterações graves dos vasa vasorum observadas agudamente e o quadro morfológico reacional verificado tardiamente não apresentaram diferenças quanto à pressão exercida pelo microclampe. Não foi possível correlacionar o grau de lesão da parede arterial e as alterações dos vasa vasorum. O trauma mecânico provocado pelas lâminas do microclampe pareceu mais importante na gênese destas lesões. Apesar das lesões graves observadas na parede das artérias clampadas temporariamente, em nenhum caso verificou-se trombose e oclusão vascular no local da clampagem.
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