Summary: | O objetivo do presente artigo é investigar de que maneira a natureza se configura enquanto espaço inóspito e indiferente à existência humana no conto A la deriva, de Horacio Quiroga, expressando o que o filósofo franco-argelino, Alberto Camus, denominou de absurdo existencial. Conforme Camus, o absurdo da existência nasce da convivência simultânea da consciência humana em face de um mundo ao qual tenta ordenar. A busca implacável e incansável do indivíduo por um sentido existencial provoca uma fratura que reconhecemos como o absurdo. É a impotência que temos de pensar com os nossos conceitos e com as nossas palavras os acontecimentos do mundo fora de nossas consciências. Dessa forma, pretendemos apresentar de que forma a filosofia de Camus se traduz na natureza de Quiroga mediante a análise do espaço natural na obra do autor à luz do conceito de topoanálise trazido por Gaston Bachelard.
|