Summary: | Em um contexto em que o corpo, que se quer globalizado e homogeneizado, se vê investido como campo de batalha, dentro de uma lógica predador-caça potencializada pela racionalidade neoliberal, como conceber estratégias tecnopolíticas outras no plano educacional e formativo? Perante o atual estado das forças produtivas em que a ciência, a tecnologia e a educação estão subsumidas ao capital e capturadas pela lógica do desempenho; em que as relações de trabalho se encontram medidas pelos pressupostos da flexibilização, polivalência e competências individuais, tudo isso sendo justificado e ampliado via desenvolvimento tecnocientífico, como é possível ainda pensar numa educação que, considerando a corporeidade, possa ser emancipatória? Na sua face de racionalidade instrumental, o esclarecimento no esforço pela matematização do conhecimento e da vida, produz técnicas que permitem organizar, calcular, esquadrinhar o tempo e o espaço. Neste sentido, há que se pensar que o esclarecimento tem suas contradições, ambivalências e limites como analisaram Horkheimer e Adorno na Dialética do Esclarecimento. Nos limites deste estudo, também leva-se em conta a urgência em compreender a atualidade e o alcance do que Foucault designa como “tecnologia política do corpo” e que lições pode-se aprender com essa compreensão para a educação num sentido emancipatório. A partir de um diálogo possível entre Foucault e a Teoria Crítica espera-se refletir sobre os limites da educação frente à manutenção do estado de exceção por meio da continuamente renovada tecnopolítica do corpo.
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