Summary: | Introdução: A febre de causa infecciosa é frequente e justifica muitas admissões nos Serviços de Urgência Pediátrica. De entre os exames complementares, por vezes necessários nestas situações, estão as hemoculturas.
Objectivo: Analisar as hemoculturas positivas por germens patogénicos no nosso Serviço de Urgência, nomeadamente os agentes mais frequentes, sua evolução, os respectivos antibiogramas e correlação com alguns dados clínicos.
Material e Métodos: Avaliação retrospectiva dos dados microbiológicos referentes aos germens patogénicos isolados nas hemoculturas colhidas em crianças febris, com idade até aos 13 anos, admitidas no nosso Serviço de Urgência entre 1995 e 2005. Análise de dados clínicos referentes aos últimos 6 anos (2000-2005).
Resultados: Entre 1995 e 2005 foram isoladas 159 germens patogénicos, sendo os mais frequentes a Neisseria meningitidis (41 casos; 25,8%), Escherichia coli (24; 15%), Staphylococcus aureus (22; 13,8%), Streptococcus pneumoniae (19; 11,9%) e Salmonella spp (16; 10%). Nos últimos 6 anos o S. pneumoniae foi a segunda bactéria mais frequentemente isolada e 88% eram susceptíveis ou tinham susceptibilidade intermédia à penicilina. Todas as estirpes de N. meningitidis eram susceptíveis à ampicilina e não foram encontrados S. aureus resistentes à meticilina. Neste período, 70% das crianças com hemoculturas positivas por germens patogénicos tinham idade inferior a 36 meses e faleceram 3, todas devido a choque séptico.
Conclusão: Ao longo dos últimos anos os germens patogénicos isolados em hemoculturas no Serviço de Urgência, mantiveram-se relativamente estáveis, bem como as suas susceptibilidades. A N. meningitidis e o S. pneumoniae são actualmente os predominantes. A monitorização dos dados microbiológicos é muito importante, em termos epidemiológicos e clínicos.
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