POR UMA LITERATURA MENOR: PRODUÇÃO LITERÁRIA PARA A INFÂNCIA

A literatura infantil tem sido relacionada a uma condição de menoridade, isto é, a uma produção literária de qualidade inferior, a qual se esgota em um projeto utilitário, pedagógico. O qualificativo infantil associa-se a um leitor previsto – a criança –, sendo que este gênero literário guarda um es...

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Bibliographic Details
Main Author: Betina Hillesheim
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Editora da Universidade de Santa Cruz do Sul 2009-03-01
Series:Reflexão & Ação
Subjects:
Online Access:https://online.unisc.br/seer/index.php/reflex/article/view/627
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description A literatura infantil tem sido relacionada a uma condição de menoridade, isto é, a uma produção literária de qualidade inferior, a qual se esgota em um projeto utilitário, pedagógico. O qualificativo infantil associa-se a um leitor previsto – a criança –, sendo que este gênero literário guarda um estreito vínculo com determinadas concepções de infância que consideram a criança como um ser em desenvolvimento, o qual necessita ser preparado para assumir seu futuro lugar na sociedade. A literatura infantil absorve, assim, a menoridade de seu destinatário. Este trabalho visa discutir a noção de literatura menor a partir das contribuições de Deleuze e Guattari, isto é, não como uma literatura que tenha um valor diminuído, mas como uma língua de uma minoria diante de uma língua maior, traçando linhas de fuga para a linguagem e possibilitando a invenção de novas forças. Pensar o menor como proposto aqui, portanto, significa compreendê-lo como aquele que está abaixo da palavra de ordem, localizando-se fora das imagens impostas pela maioria e desafiando a formação de um só dogma, de uma verdade. A literatura infantil torna-se, assim, um exercício de alteridade, uma literatura que faz a língua vibrar, conduzindo-a a uma terra na qual habita uma minoria, preservando o novo e renovando formas de viver e pensar o mundo.
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