Vivenciando o ser prematuro extremo e sua família no contexto hospitalar e domiciliar

A questão norteadora deste estudo surgiu, a partir da vivência profissional, em uma Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica. Para encontrar resposta a essa questão objetivou-se identificar como se processa o cuidado ao prematuro extremo no contexto hospitalar e domiciliar. Na trajetória metodológic...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Deisi Cardoso Soares
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Federal de Goias 2017-05-01
Series:Revista Eletrônica de Enfermagem
Subjects:
Online Access:https://www.revistas.ufg.br/fen/article/view/46721
Description
Summary:A questão norteadora deste estudo surgiu, a partir da vivência profissional, em uma Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica. Para encontrar resposta a essa questão objetivou-se identificar como se processa o cuidado ao prematuro extremo no contexto hospitalar e domiciliar. Na trajetória metodológica utilizou-se uma abordagem qualitativa exploratória-descritiva, com três sujeitos prematuros extremos e suas famílias, internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, de um Hospital Universitário, no município do Rio Grande/RS. Para a coleta de dados foram construídos três roteiros, um para a observação sistemática, outro para a observação participante e o terceiro para a entrevista semi-estrutura contemplando a categoria pré-estabelecida: o processo de cuidado ao prematuro extremo. Além disso, utilizou-se um roteiro de identificação da família e da criança no hospital e outro para contextualização do domicilio. A coleta foi realizada de outubro de 2005 a agosto de 2006, através da observação sistemática durante a internação hospitalar e observação participante e entrevista semi-estruturada no domicilio. Dentre os resultados observou-se que: o processo de cuidado no domicílio foi influenciado pela presença materna durante a hospitalização do prematuro extremo; o suporte familiar beneficiou o cuidador, possibilitando segurança e tranqüilidade para o cuidado; os aspectos biológicos mereceram, por parte das mães, um destaque especial e se evidenciaram associados com a insegurança materna no cuidado; as orientações da equipe de saúde foram dadas de forma isolada, esporádicas, não sistemáticas e, portanto, não abrangendo todos os cuidados e necessidades individuais de cada criança, mesmo assim, influenciaram, positivamente, no cuidado domiciliar; o processo de cuidado inicia-se nos primeiros encontros da mãe com seu bebê, configurando-se no cuidado afetivo; os serviços de apoio à saúde existentes são distanciados do contexto domiciliar e oferecem apoio, especificamente, ao desenvolvimento biológico, não possuindo uma visão integral do desenvolvimento destas crianças. Evidenciou-se que os aspectos biológicos, psicossociais, espirituais e o cuidado são interdependentes e se processam em interação continua, possibilitando visualizar o recém-nascido prematuro extremo, como um ser humano único e diferente.  
ISSN:1518-1944