"Eu sofri a dor inominável da injustiça": emoções, política e testemunho no discurso de Dilma Rousseff
Este artigo analisa de que forma o lugar de vítima assumido por Dilma Rousseff no contexto do impeachment dialoga com entendimentos contemporâneos sobre o sofrimento, a compaixão e a política. Integram o corpus de análise o comunicado oficial de afastamento proferido p...
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Brazilian Association of Political Communication Scholars
2017-10-01
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doaj-e597a5f31a0649b58d3529c2f91ccfef2020-11-24T21:33:26ZporBrazilian Association of Political Communication ScholarsRevista Compolítica2236-47812236-47812017-10-0172203224https://doi.org/10.21878/compolitica.2017.7.2.126"Eu sofri a dor inominável da injustiça": emoções, política e testemunho no discurso de Dilma RousseffAmanda Medeiros0Tatiane Leal1Universidade Federal do Rio de JaneiroUniversidade Federal do Rio de JaneiroEste artigo analisa de que forma o lugar de vítima assumido por Dilma Rousseff no contexto do impeachment dialoga com entendimentos contemporâneos sobre o sofrimento, a compaixão e a política. Integram o corpus de análise o comunicado oficial de afastamento proferido pela presidenta dentro do Palácio do Planalto e o discurso feito, logo após, para os manifestantes que a apoiavam. A discussão realiza-se em torno de dois eixos: o lugar de vítima assumido pela presidenta e a dor enquanto emoção compartilhada e motor de compaixão. Para tanto, nos baseamos em autores do campo das teorias do trauma e da crítica social do sofrimento. Como metodologia, utilizamos a análise de discurso baseada em Foucault, a partir do conceito de raridade discursiva. Concluímos que o discurso da presidenta atua como instrumento terapêutico e motor de compaixão em um contexto em que o sofrimento emerge como experiência capaz de estabelecer identidades partilhadas, motivando novas formas de fazer política.http://compolitica.org/revista/index.php/revista/article/view/126/130Dilma RoussefImpeachmentVítimaTestemunhoCompaixão |
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Este artigo analisa de que forma o lugar de vítima assumido por Dilma Rousseff no contexto do impeachment dialoga com entendimentos contemporâneos sobre o sofrimento, a compaixão e a política. Integram o corpus de análise o comunicado oficial de afastamento proferido pela presidenta dentro do Palácio do Planalto e o discurso feito, logo após, para os manifestantes que a apoiavam. A discussão realiza-se em torno de dois eixos: o lugar de vítima assumido pela presidenta e a dor enquanto emoção compartilhada e motor de compaixão. Para tanto, nos baseamos em autores do campo das teorias do trauma e da crítica social do sofrimento. Como metodologia, utilizamos a análise de discurso baseada em Foucault, a partir do conceito de raridade discursiva. Concluímos que o discurso da presidenta atua como instrumento terapêutico e motor de compaixão em um contexto em que o sofrimento emerge como experiência capaz de estabelecer identidades partilhadas, motivando novas formas de fazer política. |
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