Summary: | O artigo tenta demonstrar que todos os textos, mesmo aqueles cuja natureza é teórica, têm alguma forma de narrativa. Nem sempre são personagens que os ocupam, podem ser ideias, mas mesmo assim há um enredo conceitual que se passa. Modernamente, a forma dessa narrativa foi sobretudo o sistema, com a pretensão totalizadora presente, por exemplo, na filosofia de Hegel. Contemporaneamente, porém, a forma do ensaio – surgida ainda na era moderna – ganha destaque por sua forma descontínua de narrar. O objetivo do artigo é apontar que, se o ensaio é uma forma, como explicitaram Lukács, Benjamin e Adorno, ele é também uma forma de narrar – ainda que de narrar conceitualmente objetos da cultura.
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