Summary: | Este artigo analisa três projetos de cenografia teatral elaborados por Lina Bo Bardi, dois em um teatro improvisado no palco do Teatro Castro Alves em Salvador, em escombros, após incêndio, e o terceiro no Teatro Oficina, em São Paulo, ainda no antigo espaço projetado por Império e Lefèvre. Busca traçar um paralelo com os escritos e projetos arquitetônicos de Bo Bardi, demonstrando o profundo conhecimento da arquiteta tanto sobre as propostas de Brecht para a cena teatral quanto sobre a apropriação da cultura popular nordestina, que encontraram terreno fértil em sua obra de arquitetura cênica. Com base nas teorias de produção do espaço de Henri Lefebvre (1974) e nas recentes formulações teóricas de Dorita Hannah (2018), as três propostas investigadas revelam concepções espaciais cruas e viscerais das cenas idealizadas pela arquiteta ítalo-brasileira.
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