Summary: | A educação, enquanto um processo social e uma prática política, pode assumir diferentes perspectivas e significações, atuando contra ou a favor de determinados modelos e valores. Partindo dessa premissa, este texto procura tecer uma análise crítica acerca da apropriação do conceito de autonomia pelo discurso educacional vigente, na tentativa de esclarecer a significação política dessa apropriação e suas consequentes implicações em relação às diversas dimensões do processo educativo. Tal análise permite constatar que, conquanto a autonomia possa estar sendo sujeitada a uma instrumentalização que reduz o seu verdadeiro significado e a coloca a serviço do ideário neoliberal, sua legitimidade ainda pode e deve ser garantida no âmbito educacional. Essa legitimidade implica o entendimento da autonomia de forma articulada aos fatores sociais, culturais, políticos, econômicos e ideológicos que condicionam a experiência dos sujeitos e das instituições, com vistas à construção de relações sociais mais justas e igualitárias.
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