| Summary: | As tentativas de inovação, temática ou formal, da narrativa moderna ameaçaram a ficção literária de um desvio de sua própria natureza a narratividade. Particularmente pressionado pela sedução de jornais e revistas, o conto foi minguando até reduzir-se não a uma página mas a um parágrafo e, em casos extremos, não a uma frase mas a uma linha, superficialidade típica desta esteticamente oca pós-modernidade. Enquanto isso acontecia com a literária, outras e novas formas de narrativa (como a quadrinizada, a radiofônica, a cinematográfica, a televisada e a videotizada) ocupavam triunfalmente, através de veículos mais funcionais que o livro, o espaço deixado como vago pela literatura, em suas duas primeiras coletâneas de contos, retoma a narratividade em alto nível, com uma história sempre invulgar e desenvolvida, narrada numa linguagem frequentemente poética e de fundo filosófico, devolvendo a ficção literária a seu modo de ser mais autêntico
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