As práticas produtivas e alimentares no espaço rural do Oeste de Santa Catarina: a ação pública na busca e na crítica à modernidade
A região do Oeste de Santa Catarina se integrou à “modernização da agropecuária” a partir da década de 1950, por meio da agroindustrialização de alimentos, tendo como protagonistas o Estado, a sociedade civil e o mercado, que atuaram nos níveis nacional, estadual e municipal. Baseado na sociologia d...
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Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
2020-02-01
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doaj-e3f153565235441cb0d8d6eb8b8b6a762020-11-25T03:19:40ZporUniversidade Federal Rural do Rio de JaneiroEstudos Sociedade e Agricultura2526-77522020-02-012817810810.36920/esa-v28n1-4As práticas produtivas e alimentares no espaço rural do Oeste de Santa Catarina: a ação pública na busca e na crítica à modernidadeCatia Grisa0https://orcid.org/0000-0001-6685-4875Andréia Tecchio1https://orcid.org/0000-0003-0283-9996Leticia Andrea Chechi2https://orcid.org/0000-0002-8937-6324Eric Sabourin3https://orcid.org/0000-0002-1171-2535Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), BrasilUniversidade Federal de Santa Catarina (UFSC), BrasilUniversidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), BrasilCentre de Coopération Internationale en Recherche Agronomique pour le Développement (CIRAD, Umr ART-Dev, MUSE), FrançaA região do Oeste de Santa Catarina se integrou à “modernização da agropecuária” a partir da década de 1950, por meio da agroindustrialização de alimentos, tendo como protagonistas o Estado, a sociedade civil e o mercado, que atuaram nos níveis nacional, estadual e municipal. Baseado na sociologia da ação pública, o objetivo deste artigo consiste em verificar como as políticas públicas promoveram a modernidade e como ações e políticas públicas mais recentes reforçam ou delineiam novos padrões e trajetórias de desenvolvimento rural e influenciam práticas produtivas e alimentares. A coleta de dados associou revisão bibliográfica e pesquisa de campo. Em 2018, foram realizados dois grupos focais, 13 entrevistas semiestruturadas com gestores públicos e mediadores de sete organizações atuantes na região, e foram aplicados 49 questionários em domicílios rurais localizados em Chapecó e nove municípios vizinhos. Os resultados da pesquisa indicam que a modernidade levou uma parcela significativa de agricultores familiares a produzirem menos alimentos para o autoconsumo e a consumirem mais alimentos industrializados e ultra processados, além de ter provocado concentração da produção, êxodo rural e poluição ambiental. Diante desses riscos e incertezas, “novas” práticas produtivas e alimentares emergiram e novos atores passaram construir alternativas à modernidade. As “novas” estratégias produtivas consistiram na agroindustrialização de alimentos, produção agroecológica, resgate da biodiversidade, criação de feiras e a manutenção da produção para o autoconsumo, apoiadas por diversas ações e políticas públicas. O mesmo Estado que produz riscos, ameaças e incertezas produtivas e alimentares, também contribui para a segurança alimentar e nutricional na região.https://revistaesa.com/ojs/index.php/esa/article/view/esa28-1_04_praticas_produtivasação públicamodernidadepráticas produtivas e alimentares |
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A região do Oeste de Santa Catarina se integrou à “modernização da agropecuária” a partir da década de 1950, por meio da agroindustrialização de alimentos, tendo como protagonistas o Estado, a sociedade civil e o mercado, que atuaram nos níveis nacional, estadual e municipal. Baseado na sociologia da ação pública, o objetivo deste artigo consiste em verificar como as políticas públicas promoveram a modernidade e como ações e políticas públicas mais recentes reforçam ou delineiam novos padrões e trajetórias de desenvolvimento rural e influenciam práticas produtivas e alimentares. A coleta de dados associou revisão bibliográfica e pesquisa de campo. Em 2018, foram realizados dois grupos focais, 13 entrevistas semiestruturadas com gestores públicos e mediadores de sete organizações atuantes na região, e foram aplicados 49 questionários em domicílios rurais localizados em Chapecó e nove municípios vizinhos. Os resultados da pesquisa indicam que a modernidade levou uma parcela significativa de agricultores familiares a produzirem menos alimentos para o autoconsumo e a consumirem mais alimentos industrializados e ultra processados, além de ter provocado concentração da produção, êxodo rural e poluição ambiental. Diante desses riscos e incertezas, “novas” práticas produtivas e alimentares emergiram e novos atores passaram construir alternativas à modernidade. As “novas” estratégias produtivas consistiram na agroindustrialização de alimentos, produção agroecológica, resgate da biodiversidade, criação de feiras e a manutenção da produção para o autoconsumo, apoiadas por diversas ações e políticas públicas. O mesmo Estado que produz riscos, ameaças e incertezas produtivas e alimentares, também contribui para a segurança alimentar e nutricional na região. |
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