Entre ter uma deficiência e ser deficiente: um estudo sobre as identificações

Diversos trabalhos consideram que pessoas com deficiência física possuem sentimentos de inadequação, inferioridade e baixa autoestima. Parte-se da narrativa de Sunaura Taylor para localizar a questão no paradigma ver/ser visto para problematizar o tema. Assim, tem-se por objetivo discutir os efeito...

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Bibliographic Details
Main Authors: Diego Rodrigues Silva, Eliana Herzberg
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade de São Paulo 2019-08-01
Series:Estilos da Clínica
Subjects:
Online Access:http://www.revistas.usp.br/estic/article/view/153789
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spelling doaj-e27910ef447a47f98f728de5ec1634e32020-11-25T01:27:28ZporUniversidade de São PauloEstilos da Clínica1415-71281981-16242019-08-0124210.11606/issn.1981-1624.v24i2p304-316Entre ter uma deficiência e ser deficiente: um estudo sobre as identificaçõesDiego Rodrigues Silva0Eliana Herzberg1Instituto de Psicologia - Universidade de São PauloUniversidade de São Paulo - Instituto de Psicologia - Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica Diversos trabalhos consideram que pessoas com deficiência física possuem sentimentos de inadequação, inferioridade e baixa autoestima. Parte-se da narrativa de Sunaura Taylor para localizar a questão no paradigma ver/ser visto para problematizar o tema. Assim, tem-se por objetivo discutir os efeitos imaginários da identificação nestes casos. De Freud à Lacan o conceito de narcisismo remete à formação do eu, bem como os processos de identificação a imagens e palavras advindas do Outro. Das imagens e sentidos atribuídos à deficiência pelo social encontram-se descritos na literatura as concepções de estranho e incapaz, da deficiência como doença ou castigo e referências a seres fantástico. Deste modo, foi proposto que pessoas com deficiência possam assumir o lugar de “deficiente” e seus respectivos sentidos por meio da identificação. Concluiu-se que os sentimentos de inadequação perpassam a dimensão imaginária de se ver sendo visto como “deficiente”. Dada esta função de representação para o Outro e unificação do eu, tratam-se de momentos em que se deixa de ter uma deficiência para sê-la, enquanto uma forma que lhe dá sentido e o organiza, ainda que possa trazer sofrimento. http://www.revistas.usp.br/estic/article/view/153789deficiente físiconarcisismoautoconceito
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