Entre ter uma deficiência e ser deficiente: um estudo sobre as identificações
Diversos trabalhos consideram que pessoas com deficiência física possuem sentimentos de inadequação, inferioridade e baixa autoestima. Parte-se da narrativa de Sunaura Taylor para localizar a questão no paradigma ver/ser visto para problematizar o tema. Assim, tem-se por objetivo discutir os efeito...
Main Authors: | , |
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Format: | Article |
Language: | Portuguese |
Published: |
Universidade de São Paulo
2019-08-01
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Series: | Estilos da Clínica |
Subjects: | |
Online Access: | http://www.revistas.usp.br/estic/article/view/153789 |
Summary: | Diversos trabalhos consideram que pessoas com deficiência física possuem sentimentos de inadequação, inferioridade e baixa autoestima. Parte-se da narrativa de Sunaura Taylor para localizar a questão no paradigma ver/ser visto para problematizar o tema. Assim, tem-se por objetivo discutir os efeitos imaginários da identificação nestes casos. De Freud à Lacan o conceito de narcisismo remete à formação do eu, bem como os processos de identificação a imagens e palavras advindas do Outro. Das imagens e sentidos atribuídos à deficiência pelo social encontram-se descritos na literatura as concepções de estranho e incapaz, da deficiência como doença ou castigo e referências a seres fantástico. Deste modo, foi proposto que pessoas com deficiência possam assumir o lugar de “deficiente” e seus respectivos sentidos por meio da identificação. Concluiu-se que os sentimentos de inadequação perpassam a dimensão imaginária de se ver sendo visto como “deficiente”. Dada esta função de representação para o Outro e unificação do eu, tratam-se de momentos em que se deixa de ter uma deficiência para sê-la, enquanto uma forma que lhe dá sentido e o organiza, ainda que possa trazer sofrimento.
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ISSN: | 1415-7128 1981-1624 |