Entre percursos, fontes e sujeitos: pesquisa em educação e uso da história oral Between trajectories, sources and subjects: research in education and the use of oral history
Este artigo tece considerações acerca da história oral, apresentando reflexões sobre a posição do sujeito como colaborador em pesquisas e alguns desdobramentos dessa posição singular. Como aporte ilustrativo, parte-se de um estudo já concluído, o qual remete às disputas políticas e religiosas que pr...
Main Author: | |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Universidade de São Paulo
2012-03-01
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Series: | Educação e Pesquisa |
Subjects: | |
Online Access: | http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022012000100014 |
Summary: | Este artigo tece considerações acerca da história oral, apresentando reflexões sobre a posição do sujeito como colaborador em pesquisas e alguns desdobramentos dessa posição singular. Como aporte ilustrativo, parte-se de um estudo já concluído, o qual remete às disputas políticas e religiosas que precederam a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 4.024, de 1961. Na construção do estudo, a história oral foi utilizada como metodologia comprometida com o resgate da informação e da própria constituição dos sujeitos colaboradores, a partir de seu lugar social e de suas relações e reações diante do fato narrado. Centrando as reflexões em torno da posição do sujeito como fonte de pesquisa - sem discutir ou aprofundar o episódio mencionado -, o artigo considera que reconstruir a memória daquele período também significou revigorar caricaturas, contradições e conflitos presentes nas interpretações particulares de cada um dos colaboradores. São apresentados, ainda, excertos das narrativas utilizadas na pesquisa empírica, os quais demonstram que a descrição dos fatos pelos sujeitos partícipes da pesquisa não perdeu seu estatuto de apreensão pessoal, constituindo-se como uma representação do grupo social a que tais sujeitos acreditavam pertencer. Como conclusão, sugere-se que a apreensão da memória é sempre uma tarefa de referência: naquele momento e sob aquelas condições, a narrativa possibilitou aquelas nuanças.<br>This article is a commentary on oral history, presenting reflections about the collaborative position of the subject in researches, and some of the consequences of this singular position. As an illustrative contribution the article starts from a study previously carried out, which refers to the political and religious disputes that preceded the sanctioning of the 4024 Law of National Education Bases and Guidelines of 1961. In constructing this study, oral history was used as a methodology dedicated to recovering information and the very constitution of the collaborative subjects based on their social locus and on the relations and reactions to the fact narrated. Centering the reflections on the position of the subject as a source for the research - without discussing or going deeper into the episode mentioned -, the article considers that reconstructing the memory of that period also meant to rekindle caricatures, contradictions and conflicts present in the particular interpretations of each one of the collaborators. The text also presents excerpts from narratives used in the empirical research, which demonstrate that the description of the facts by the participating subjects did not lose its statute of a personal perception, constituting a representation of the social group to which the subjects believed to belong. In conclusion, the article suggests that the capturing of memory is always a referential task: at that moment and under those conditions the narrative made those nuances possible. |
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ISSN: | 1517-9702 1678-4634 |