Summary: | O behaviorismo radical tem sido alvo de muitas críticas, principalmente no que se refere às questões éticas. A despeito dessas críticas, Skinner considera a análise do comportamento uma ciência dos valores, discutindo a moralidade em termos de comportamento moral. Entretanto, a afirmação de que a análise do comportamento é uma ciência dos valores pode ter consequências sociais distintas a depender do modelo de ciência adotado como pressuposto. O debate científico contemporâneo trata da crise do modelo moderno de ciência e do surgimento de outro: o modelo pós-moderno. Uma das diferenças entre essas duas propostas científicas refere-se à relação entre ciência e sociedade. Considerando esses aspectos, o objetivo deste trabalho é discutir qual modelo de ciência, moderno ou pós-moderno, norteia a assertiva skinneriana que declara a análise do comportamento uma ciência dos valores. Para tanto, serão apresentadas, inicialmente, algumas concepções tradicionais de explicação do comportamento moral e as principais críticas que Skinner dirige a elas. Em seguida, o sistema ético skinneriano será analisado, juntamente às questões sociais envolvidas na prática do analista do comportamento. E, por fim, discutir-se-á como cada modelo de ciência pode subsidiar práticas de intervenção diferentes, com consequências sociais igualmente distintas.
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