Pina 3D e a força sensível do cinema

Esse artigo discute a força sensível do cinema a partir de uma análise do documentário Pina 3D, de Win Wenders, sobre a coreógrafa Pina Bausch. Sugiro, inicialmente, que a questão acerca do status ontológico das imagens no cinema é central para a obra de Wenders desde que o cineasta conquistou o Leã...

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Bibliographic Details
Main Author: Vladimir Vieira
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal Fluminense 2015-01-01
Series:Viso
Subjects:
Online Access:http://revistaviso.com.br/ojs/index.php/viso/article/view/172
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spelling doaj-df77cdb2bb5b408488549892f2c4768d2020-11-25T04:11:25ZporUniversidade Federal FluminenseViso1981-40622015-01-01815354610.22409/1981-4062/v15i/172172Pina 3D e a força sensível do cinemaVladimir Vieira0Universidade Federal Fluminense (UFF)Esse artigo discute a força sensível do cinema a partir de uma análise do documentário Pina 3D, de Win Wenders, sobre a coreógrafa Pina Bausch. Sugiro, inicialmente, que a questão acerca do status ontológico das imagens no cinema é central para a obra de Wenders desde que o cineasta conquistou o Leão de Ouro em Veneza com o filme O estado das coisas, em 1982. Em seguida, discuto a possibilidade de compreender as imagens cinematográficas como um desafio ao debate acerca da representação tal como ele se desenvolveu no período inicial da filosofia moderna: por um lado, elas são criadas arbitrariamente, tais como aquelas que são produzidas pelo uso da imaginação; por outro, assemelham-se aos dados sensíveis mais fortes e involuntários que tomamos ordinariamente como cópias das coisas tais como existem no mundo fora da mente. Nesse sentido, poder-se-ia dizer, em termos humeanos, que tais imagens contém propriedades tanto de ideias da imaginação quanto de impressões dos sentidos. Por fim, argumento que o emprego da tecnologia 3D em Pina representa um ataque ao paradigma representacional no cinema, na medida em que o filme de Wenders pressupõe que o cinema obtém a sua qualidade estética não do fato de copiar a “realidade”, mas antes da força sensível das próprias imagens.http://revistaviso.com.br/ojs/index.php/viso/article/view/172wim wenderspina bauschontologia da imagemfilosofia moderna
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description Esse artigo discute a força sensível do cinema a partir de uma análise do documentário Pina 3D, de Win Wenders, sobre a coreógrafa Pina Bausch. Sugiro, inicialmente, que a questão acerca do status ontológico das imagens no cinema é central para a obra de Wenders desde que o cineasta conquistou o Leão de Ouro em Veneza com o filme O estado das coisas, em 1982. Em seguida, discuto a possibilidade de compreender as imagens cinematográficas como um desafio ao debate acerca da representação tal como ele se desenvolveu no período inicial da filosofia moderna: por um lado, elas são criadas arbitrariamente, tais como aquelas que são produzidas pelo uso da imaginação; por outro, assemelham-se aos dados sensíveis mais fortes e involuntários que tomamos ordinariamente como cópias das coisas tais como existem no mundo fora da mente. Nesse sentido, poder-se-ia dizer, em termos humeanos, que tais imagens contém propriedades tanto de ideias da imaginação quanto de impressões dos sentidos. Por fim, argumento que o emprego da tecnologia 3D em Pina representa um ataque ao paradigma representacional no cinema, na medida em que o filme de Wenders pressupõe que o cinema obtém a sua qualidade estética não do fato de copiar a “realidade”, mas antes da força sensível das próprias imagens.
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