Consentindo ambigüidades: uma análise documental dos termos de consentimento informado, utilizados em clínicas de reprodução humana assistida Consenting to ambiguities: a documental analysis of informed consent forms used in assisted human reproduction clinics

Elegendo a reprodução humana assistida como estudo de caso, este artigo apresenta resultados de pesquisa realizada com termos de consentimento informado, que articulou a compreensão do uso de linguagens sociais - com ênfase na linguagem dos riscos - e suas implicações nas relações entre profissionai...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Vera Mincoff Menegon
Format: Article
Language:English
Published: Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz 2004-06-01
Series:Cadernos de Saúde Pública
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2004000300022
Description
Summary:Elegendo a reprodução humana assistida como estudo de caso, este artigo apresenta resultados de pesquisa realizada com termos de consentimento informado, que articulou a compreensão do uso de linguagens sociais - com ênfase na linguagem dos riscos - e suas implicações nas relações entre profissionais e clientes. A pesquisa qualitativa, na perspectiva da Psicologia Social, apoiou-se na abordagem teórica sobre práticas discursivas, compreendendo a linguagem dos riscos como uma linguagem que permite falar da aspiração de controle futuro dos riscos. Analisaram-se os textos de 27 formulários, cedidos por oito clínicas brasileiras. Além de entender especificidades lingüísticas, buscou-se responder à pergunta: o que está sendo consentido? Os resultados mostraram a ambigüidade desse documento, que pressupõe o uso da metáfora correr ou não correr riscos: ele pode ser democrático, burocrático ou mesmo autoritário; a comunicação de riscos e benefícios subsidia tanto o processo de tomada de decisão como dilui as responsabilidades pela rede relacional.<br>With the field of assisted human reproduction as a case study, this article presents the results of a study on informed consent forms, linking the understanding of the use of social languages - especially the language of risk - and its implications on the relationship between health professionals and clients. Informed by a social psychology perspective and aligned with the qualitative tradition in research, the study was oriented by a theoretical approach to discursive practice, whereby the language of risk is understood as a way of speaking of future control of risks. The analysis centered on the text of 27 informed consent forms provided by eight Brazilian clinics. Besides understanding the linguistic specificities, the analysis attempted to answer the question, "What is being consented to?" The results showed the ambiguity of a document which presupposes the use of the metaphor of taking versus not taking risks. That is, the document may be used in a democratic, bureaucratic, or even authoritarian way, while the communication of risks and benefits subsidizes both the decision-making and the dilution of responsibility throughout the relational network.
ISSN:0102-311X
1678-4464