Os novos Qom: a constituição de uma identidade relacional em devir
Examinando a experiência dos Toba qom do Chaco argentino na conquista da cidadania, da terra e do Evangelho, analisamos as múltiplas formas de ser qom, evidenciando que, ainda que exista um repertório amplo de possibilidades de ser toba, esse repertório não é infinito. Destacamos que, para uma subje...
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Universidade Federal do Rio de Janeiro
2009-04-01
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doaj-de9d9395d5e64869be91031b225535e62020-11-24T23:38:53ZengUniversidade Federal do Rio de JaneiroMana0104-93131678-49442009-04-0115115518210.1590/S0104-93132009000100006Os novos Qom: a constituição de uma identidade relacional em devirCarlos SalamancaExaminando a experiência dos Toba qom do Chaco argentino na conquista da cidadania, da terra e do Evangelho, analisamos as múltiplas formas de ser qom, evidenciando que, ainda que exista um repertório amplo de possibilidades de ser toba, esse repertório não é infinito. Destacamos que, para uma subjetividade em devir, a relação dos Qom com os brancos é, por princípio, fundamental para a constituição de si mesmo, e evidenciamos que as diferenças "internas" são inerentes ao processo histórico de constituição dos Toba. Analisamos as múltiplas perspectivas de relação com os brancos que surgem a respeito do evento do aparecimento de um bairro periurbano na década de 60, centrando-nos na noção qom de agência e sem nos limitarmos nem às fronteiras geográficas do bairro nem àquelas históricas da relação dos Qom com o Estado-nação. A relação dos Qom com os brancos pode ser traçada como a história de uma separação de seres semelhantes. Propomo-nos demonstrar que, na contracorrente de tal separação, através do Evangelho, da terra e da cidadania e almejando conquistar a igualdade, os Qom tentaram se transformar - novamente - em afins de antigos inimigos.<br>Examining the experience of the Toba Qom of the Argentinean Chaco in the conquest of citizenship, land and the Gospel, we will analyze the multiple ways of being Qom, making it evident that, although there is an ample repertoire of possible ways of being Toba, this repertoire is not infinite. We stress that, from a subjectivity in becoming, the relationships of the Qom with the whites is, in principle, fundamental in the constitution of the self, and we highlight that "internal" differences are inherent in the historical process of constituting the Toba. We will analyze the multiple perspectives of relations with the whites that emerge in connection to the appearance of a neighbourhood in the urban fringe during the 1960's, focusing on the Qom notions of agency without limiting ourselves either to the geographical frontiers of the neighbourhood or to the historical frontiers of the relationship between the Qom and the Nation State. The relationship of the Qom with the whites can be read as the history of the separation of similar beings. We propose to demonstrate that, in the counter-current of this separation, through the Gospel, land and citizenship, and in seeking the conquest of equality, the Qom have, once again, sought to transform themselves into the affines of former foes.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93132009000100006TobaAgência indígenaAção políticaHistória recenteTobaIndigenous agencyPolitical actionsRecent History |
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