A centralidade do pensamento de William Appleman Williams no debate historiográfico sobre a Guerra Fria
William Appleman Williams foi o primeiro historiador norte-americano a defender, no intenso debate historiográfico pela redefinição de uma memória sobre a Guerra Fria, uma interpretação distinta daquela sustentada pelos autores ortodoxos sobre a origem e as consequências desse conflito. Williams não...
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Universidade Federal de Santa Catarina
2016-12-01
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doaj-de6645f6b3254ba08b79a1e5b9c166be2020-11-25T01:08:41ZengUniversidade Federal de Santa CatarinaEsboços1414-722X2175-79762016-12-01233642945110.5007/2175-7976.2016v23n36p42926847A centralidade do pensamento de William Appleman Williams no debate historiográfico sobre a Guerra FriaFlavio Combat0UFRJWilliam Appleman Williams foi o primeiro historiador norte-americano a defender, no intenso debate historiográfico pela redefinição de uma memória sobre a Guerra Fria, uma interpretação distinta daquela sustentada pelos autores ortodoxos sobre a origem e as consequências desse conflito. Williams não apenas desafiou as teses da ortodoxia, mas também propôs uma interpretação singular da sociedade norte-americana e de seus interesses representados na política externa conduzida pelos EUA desde o final do século XIX. O objetivo central do artigo é analisar, da perspectiva historiográfica, as teses desenvolvidas por Williams, sobretudo no livro “The Tragedy of American Diplomacy” (1959), obra central que sintetizou as suas conclusões sobre a origem do expansionismo norte-americano e sobre a sua centralidade na definição da política externa conduzida pelos EUA a partir do fnal do século XIX. A análise retoma a tese da fronteira (“frontier thesis”), que, na interpretação de Williams, é o fundamento da política externa primordialmente expansionista conduzida pelos Estados Unidos no período em observação. Nesse sentido, são analisadas importantes iniciativas de política externa tomadas pelos Estados Unidos entre o começo do século XX e o final da Segunda Guerra Mundial, sustentando a estreita relação entre a “política de portas abertas” (“open doors policy”) e o objetivo primordial de tornar o mundo seguro e aberto para os interesses norte-americanos. Por fim, o texto analisa a tese de Williams de que a “tragédia” da diplomacia norte-americana no século XX decorreu precisamente da introjeção da “tese da fronteira” na política externa dos Estados Unidos.https://periodicos.ufsc.br/index.php/esbocos/article/view/48857 |
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William Appleman Williams foi o primeiro historiador norte-americano a defender, no intenso debate historiográfico pela redefinição de uma memória sobre a Guerra Fria, uma interpretação distinta daquela sustentada pelos autores ortodoxos sobre a origem e as consequências desse conflito. Williams não apenas desafiou as teses da ortodoxia, mas também propôs uma interpretação singular da sociedade norte-americana e de seus interesses representados na política externa conduzida pelos EUA desde o final do século XIX. O objetivo central do artigo é analisar, da perspectiva historiográfica, as teses desenvolvidas por Williams, sobretudo no livro “The Tragedy of American Diplomacy” (1959), obra central que sintetizou as suas conclusões sobre a origem do expansionismo norte-americano e sobre a sua centralidade na definição da política externa conduzida pelos EUA a partir do fnal do século XIX. A análise retoma a tese da fronteira (“frontier thesis”), que, na interpretação de Williams, é o fundamento da política externa primordialmente expansionista conduzida pelos Estados Unidos no período em observação. Nesse sentido, são analisadas importantes iniciativas de política externa tomadas pelos Estados Unidos entre o começo do século XX e o final da Segunda Guerra Mundial, sustentando a estreita relação entre a “política de portas abertas” (“open doors policy”) e o objetivo primordial de tornar o mundo seguro e aberto para os interesses norte-americanos. Por fim, o texto analisa a tese de Williams de que a “tragédia” da diplomacia norte-americana no século XX decorreu precisamente da introjeção da “tese da fronteira” na política externa dos Estados Unidos. |
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