Summary: | Neste texto, fazemos referência a um estudo no qual ouvimos professoras de Letras quanto aos sentidos que veiculam em seus discursos acerca de formas outras de português quando interagem com seus alunos e com pessoas de sua família, principalmente, com seus filhos, ou seja, quando educam dentro e fora da escola, tendo em vista a ruptura herética encetada pela sociolingüística, ao afirmar a heterogeneidade, a variação e a mudança como essência de toda língua, contra os princípios de homogeneidade, uniformidade e conservação, cultivados pela longeva tradição gramatical e naturalizados pelo senso comum. Pela maior familiaridade com os sentidos engendrados no universo da lingüística, professores de Letras, supostamente, deveriam figurar, nas comunidades sociais de que são membros, como vetores da transformação da opinião pública, dos discursos sociais sobre quaisquer formas de alteridade lingüística. Que gestos de interpretação sobre as variedades de português, professoras/mães cultivam entre os alunos e os filhos? Que relações se estabelecem entre o Discurso do Um (DU) e o Discurso do Múltiplo (DM) em práticas de educação lingüística protagonizadas por mães/ professoras de Letras?<br>In this text, we refer to a study in which we heard professors of Letras concerning the meanings they produce in their discourses about forms of non-standard Brazilian Portuguese as they interact with their students and persons of their family mainly their children, that is, when they educate either in or out of school respectively. Our interest departs from the heretic rupture carved by Sociolinguistics when it embraces the viewpoint that heterogeneity, variation and change constitute the essence of every language against the principles of homogeneity, uniformity and conservation cultivated by the long-lived grammar tradition and naturalized by common sense. In view of their vast familiarity with the meanings engendered in the universe of Linguistics, professors of Letters allegedly should figure in the social communities to which they belong as vectors of transformation of public opinion and of their social discourses about all forms of linguistic differences. What gestures of interpretation regarding the varieties of Brazilian Portuguese do these women as professors of Letters and mothers nurture between their students and their own children? What relations are set up between the Discourse of the One and the Discourse of the Many in practices of linguistic education lived by mothers/professors of Letters?
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