Summary: | <p align="justify">Este artigo propõe uma leitura da relação entre a cidade, a morte e algumas das religiões que presidiram ou consolidaram a formação das cidades. Tendo por objetivo investigar paradigmas que nortearam a criação e habitabilidade de cidades em diferentes lugares e períodos históricos, pressupõe que uma reflexão sobre esses paradigmas, ainda que breve, fornecerá algum subsídio para uma leitura da cidade contemporânea e da crise que atravessa. Nesse intuito, propõe o cotejamento de textos históricos e míticos, atribuindo igual valor ao que se tem registrado sobre a gênese das cidades, à luz dos estudos culturais. Destacam-se a presença da morte e a maneira como propiciou o desejo de união dos grupos. Nesse contexto, diferentes religiões incidiram como laço e lastro do espaço público, condição necessária para a manutenção da ética. Exerceram seu papel de religar vivos e mortos, a realidade natural e a sobrenatural, mesmo quando manipuladas em busca de poder. Isso se dá, de diferentes maneiras, até o século XIX, quando cedem lugar a outras instituições e novos pressupostos. No século XXI, assistimos a uma crise das cidades, o que, se bem valiado, pode propiciar a construção de outros paradigmas, em consonância com as aspirações contemporâneas.</p><p align="left"><span style="font-size: x-small; font-family: LifeBT-Roman;"><span style="font-size: x-small; font-family: LifeBT-Roman;">Palavras-chave: Cidade; Morte; Religião.</span></span></p><p align="left"><span style="font-size: x-small; font-family: LifeBT-Roman;"><span style="font-size: x-small; font-family: LifeBT-Roman;"><br />ABSTRACT</span></span></p><p align="left"><span style="font-size: x-small; font-family: LifeBT-Roman;"></span></p><p align="justify">This article presents a reading of the relation between the city, death and some of the religions that presided over or consolidated the development of cities. Aiming at investigating the paradigms that oriented the creation and viability of cities in various places and historical periods, it assumes that a reflection on those paradigms, however brief, can provide subsidies for a reading of the contemporary city and the crisis it is facing. In that sense, it focuses on historical and mythical texts, attributing equal value to what is recorded concerning the genesis of cities, in the light of cultural studies. Emphasis is given to the presence of death and the way it propitiated an urge for union in groups. In that context, different religions were the bonds and the reservoir of public space, a necessary condition to preserve ethics. They played the role of re-connecting the living and the dead, natural and supernatural reality, even when they were manipulated in the search for power. This happened, in different ways, until the 19th century, when new institutions and presuppositions emerged. In the 21st century, we witness a crisis in the cities, which, if properly assessed, may lead to the construction of other paradigms, in harmony with contemporary expectations.</p><p align="left"><span style="font-size: x-small; font-family: LifeBT-Roman;"><span style="font-size: x-small; font-family: LifeBT-Roman;">Key words: City; Death; Religion.</span></span></p>
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