Reflexão e fundamento: sobre a relação entre gosto e conhecimento na estética de Kant

A Crítica da Faculdade do Juízo, de Kant, é primordialmente uma investigação crítica acerca de uma certa classe de juízos chamados reflexionantes, que se subdivide em dois grupos, estéticos e teleológicos, e se define em oposição a uma outra classe, a dos chamados juízos determinantes. Nosso objetiv...

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Bibliographic Details
Main Author: Pedro Costa Rego
Format: Article
Language:deu
Published: Universidade Federal de Minas Gerais 2005-12-01
Series:Kriterion
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-512X2005000200007
Description
Summary:A Crítica da Faculdade do Juízo, de Kant, é primordialmente uma investigação crítica acerca de uma certa classe de juízos chamados reflexionantes, que se subdivide em dois grupos, estéticos e teleológicos, e se define em oposição a uma outra classe, a dos chamados juízos determinantes. Nosso objetivo neste artigo é elaborar a hipótese de um privilégio fundacional do juízo reflexionante estético relativamente ao conhecimento determinante. Para tanto, pretendemos cumprir duas etapas. Em primeiro lugar, procederemos a uma análise da conexão entre os temas centrais - e aparentemente dissociados - do belo e da faculdade do juízo enquanto tal que justifica a passagem do projeto de uma crítica do gosto ao de uma crítica do juízo e delimita como alvo da obra o fundamento de determinação (Bestimmungsgrund) de uma "intersubjetividade" conceitualmente indeterminada. Em segundo lugar, passaremos à análise da relação entre a reflexão e o princípio da finalidade da natureza, com base na Introdução da terceira Crítica, a fim de identificar, na formulação "prática" do princípio do gosto, o germe de uma anterioridade que subordina a determinação à reflexão estética.<br>Kant's Critique of Judgment is chiefly a critical investigation into a certain class of judgments identified as "reflective", divided into the aesthetic and the teleological sub-classes and defined in opposition to those termed by Kant "determinant judgments". In this paper I intend to elaborate, in two expositive moments, the hypothesis of a foundational primacy of reflective aesthetic judgment over determinant knowledge. Firstly, I analyse the connection between the main themes - apparently dissociated - of beautiful and faculty of judgment in order to disclose both the ground of Kant's move from a Critique of Taste into a Critique of Judgment and the determining ground of a conceptually indeterminate intersubjectivity considered as the main aim of the work. In the next step I investigate the relationship between reflection and the principle of finality of nature on the basis of third Critique's Introduction in order to verify, through the "practical formula" of the principle of taste, the accuracy of the thesis supporting the primacy of aesthetic reflection over determination.
ISSN:0100-512X