Limitações das reanálises para altas latitudes do hemisfério sul Limitations of reanalyses for high latitudes of the southern hemisphere
Apresenta-se uma comparação de resultados de reanálise para temperatura do ar em 1000 hPa e pressão reduzida ao nível do mar nas latitudes altas do hemisfério sul, no período 1979-2000. O estudo usa três conjuntos de reanálises, NCEP-NCAR 1 e 2, e ECMWF/ERA-40, e as diferenças entre os mesmos tornam...
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Sociedade Brasileira de Meteorologia
2009-09-01
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Series: | Revista Brasileira de Meteorologia |
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doaj-dad9857de2824690920fcd1d6ed052932020-11-25T01:25:01ZengSociedade Brasileira de MeteorologiaRevista Brasileira de Meteorologia0102-77861982-43512009-09-0124325426110.1590/S0102-77862009000300001Limitações das reanálises para altas latitudes do hemisfério sul Limitations of reanalyses for high latitudes of the southern hemisphereAlberto SetzerMary KayanoApresenta-se uma comparação de resultados de reanálise para temperatura do ar em 1000 hPa e pressão reduzida ao nível do mar nas latitudes altas do hemisfério sul, no período 1979-2000. O estudo usa três conjuntos de reanálises, NCEP-NCAR 1 e 2, e ECMWF/ERA-40, e as diferenças entre os mesmos tornam-se significativas e aumentam a partir da latitude de ~60º sul, sendo particularmente altas sobre a região continental antártica. Considerando a média dos 22 anos, a diferença da temperatura entre as reanálises nos casos extremos chegou a 12ºC no outono (Março, Abril e Maio) e inverno (Junho, Julho e Agosto), e a da pressão reduzida, a 30 hPa, nestes mesmos períodos. Na região costeira antártica, a comparação com dados de duas estações meteorológicas de superfície indicou diferenças entre as temperaturas médias sazonais medidas e as das reanálises. A estação mais ao norte, Bellinghausen (62º12' S e 058º56' W), apresentou diferenças menores, de no máximo 1.8ºC, e a de Mirny (66º33' S e 093º01' E) de até 4.5ºC, em conformidade com o aumento constatado das diferenças segundo a latitude. Como possível causa das diferenças entre as reanálises, e entre elas e os dados medidos, sugere-se: falhas no controle de qualidade dos dados medidos na região antártica, e; o fato da atmosfera antártica, particularmente nos casos de frio extremo, diferir da atmosfera padrão usada globalmente para a redução de pressão e temperatura a outros níveis da atmosfera. A magnitude das diferenças constatadas tem o potencial de prejudicar as séries temporais meteorológicas e a determinação de variações climáticas antárticas.<br>This paper presents a comparison of reanalyses results for air temperature at 1000 hPa and atmospheric pressure reduced to sea level at the high latitudes of the southern hemisphere, during the period of 1979-2000. The data used comprised three sets of reanalyses, NCEP-NCAR 1 and 2, and ECMWF/ERA-40. The differences between them become significant and increase from ~60º south, reaching particularly high values at the center of the Antarctic continent. Considering the average for the 22 years, the difference in temperature for the reanalyses in the extreme cases reached up to 12ºC in the autumn (March, April and May), and winter (June, July and (August), and for the reduced pressure, up to 30 hPa, in these same seasons. In the coastal Antarctic region the comparison with data from two surface weather stations indicated differences between the average seasonal temperatures actually measured, and those of the reanalyses. The most northern station, Bellinghausen (62º12' S e 058º56' W), presented smaller differences, up to 1.8ºC, and Mirny (66º33' S e 093º01' E), up to 4.5ºC; this is in agreement with the herein proposed increase of the differences according to the latitude. As a possible explanation for these differences among sets of reanalyses and between them and the measured surface data, we suggest: faulty quality control of the input data from Antarctica, and; the difference between the Antarctic atmosphere, particularly in the cases of extreme cold, with that of the standard atmosphere that is used globally to reduce pressure and temperature to other levels in the atmosphere. The magnitude of the differences reported has the potential to hamper the study of temporal series of meteorological data and of climatic variations for Antarcticahttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-77862009000300001AntárticareanáliseclimatologiaAntacticaReanalysesClimatology |
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Apresenta-se uma comparação de resultados de reanálise para temperatura do ar em 1000 hPa e pressão reduzida ao nível do mar nas latitudes altas do hemisfério sul, no período 1979-2000. O estudo usa três conjuntos de reanálises, NCEP-NCAR 1 e 2, e ECMWF/ERA-40, e as diferenças entre os mesmos tornam-se significativas e aumentam a partir da latitude de ~60º sul, sendo particularmente altas sobre a região continental antártica. Considerando a média dos 22 anos, a diferença da temperatura entre as reanálises nos casos extremos chegou a 12ºC no outono (Março, Abril e Maio) e inverno (Junho, Julho e Agosto), e a da pressão reduzida, a 30 hPa, nestes mesmos períodos. Na região costeira antártica, a comparação com dados de duas estações meteorológicas de superfície indicou diferenças entre as temperaturas médias sazonais medidas e as das reanálises. A estação mais ao norte, Bellinghausen (62º12' S e 058º56' W), apresentou diferenças menores, de no máximo 1.8ºC, e a de Mirny (66º33' S e 093º01' E) de até 4.5ºC, em conformidade com o aumento constatado das diferenças segundo a latitude. Como possível causa das diferenças entre as reanálises, e entre elas e os dados medidos, sugere-se: falhas no controle de qualidade dos dados medidos na região antártica, e; o fato da atmosfera antártica, particularmente nos casos de frio extremo, diferir da atmosfera padrão usada globalmente para a redução de pressão e temperatura a outros níveis da atmosfera. A magnitude das diferenças constatadas tem o potencial de prejudicar as séries temporais meteorológicas e a determinação de variações climáticas antárticas.<br>This paper presents a comparison of reanalyses results for air temperature at 1000 hPa and atmospheric pressure reduced to sea level at the high latitudes of the southern hemisphere, during the period of 1979-2000. The data used comprised three sets of reanalyses, NCEP-NCAR 1 and 2, and ECMWF/ERA-40. The differences between them become significant and increase from ~60º south, reaching particularly high values at the center of the Antarctic continent. Considering the average for the 22 years, the difference in temperature for the reanalyses in the extreme cases reached up to 12ºC in the autumn (March, April and May), and winter (June, July and (August), and for the reduced pressure, up to 30 hPa, in these same seasons. In the coastal Antarctic region the comparison with data from two surface weather stations indicated differences between the average seasonal temperatures actually measured, and those of the reanalyses. The most northern station, Bellinghausen (62º12' S e 058º56' W), presented smaller differences, up to 1.8ºC, and Mirny (66º33' S e 093º01' E), up to 4.5ºC; this is in agreement with the herein proposed increase of the differences according to the latitude. As a possible explanation for these differences among sets of reanalyses and between them and the measured surface data, we suggest: faulty quality control of the input data from Antarctica, and; the difference between the Antarctic atmosphere, particularly in the cases of extreme cold, with that of the standard atmosphere that is used globally to reduce pressure and temperature to other levels in the atmosphere. The magnitude of the differences reported has the potential to hamper the study of temporal series of meteorological data and of climatic variations for Antarctica |
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