A vida como vir-a-aceitar: considerações Austinianas sobre a modernidade Life as coming-to-accept: Austin-like considerations on modernity
Austin, como se sabe, toma a existência de um procedimento convencional aceito como condição primeira de felicidade de qualquer performativo. Mas isso coloca um problema, que o filósofo inglês não chega a considerar até suas últimas conseqüências. Refiro-me ao fato de que um certo performativo - a a...
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Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
2009-01-01
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Series: | DELTA: Documentação de Estudos em Lingüística Teórica e Aplicada |
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doaj-da5d420d46b04343bd7606799dce8bcf2020-11-25T00:04:06ZengPontifícia Universidade Católica de São PauloDELTA: Documentação de Estudos em Lingüística Teórica e Aplicada0102-44501678-460X2009-01-0125223324410.1590/S0102-44502009000200001A vida como vir-a-aceitar: considerações Austinianas sobre a modernidade Life as coming-to-accept: Austin-like considerations on modernityFábio Luiz Lopes da SilvaAustin, como se sabe, toma a existência de um procedimento convencional aceito como condição primeira de felicidade de qualquer performativo. Mas isso coloca um problema, que o filósofo inglês não chega a considerar até suas últimas conseqüências. Refiro-me ao fato de que um certo performativo - a aceitação - está inscrito na própria estrutura da performatividade. Ou seja, todo performativo exige um 'Aceito', que, por sua vez, exige um 'Aceito'- e assim ao infinito. Aceitar - essa condição de felicidade de todo performativo - é um ato, no limite, impossível de ser objetivado. Trata-se, neste ensaio, de pensar, a partir de Austin, a vida como um vir-a-aceitar, tema correlativo ao já clássico tópico da vida como vir-a-ser. Trata-se, em seguida, de pensar a forma propriamente moderna de lidar com esse vir-a-aceitar. Para tanto, vou propor uma articulação entre a filosofia austiniana e as reflexões de Calligaris (1997) sobre a modernidade.<br>According to Austin, the first condition of happiness of a performative utterance is the existence of "an accepted conventional procedure". We have a curious situation here, and Austin recognizes it, at least in part. In fact, if a performative - the act of accepting - is inscribed in the very structure of performativity, then every performative - including accepting - presupposes an act of accepting, which, in its turn, presupposes an act of accepting, and so on. Accepting - not merely a regular performative, but a condition of the happiness of every performative - is, in the final analysis, is impossible to totalize. In this essay, following Austin's statements, I make an attempt to define life as comingto-accept, a topic analogous to the classical topic of life as coming-to-be. After this, I will try to articulate Austinian philosophy of language to Contardo Calligaris' considerations on modernity, in order to delineate the modern way of dealing with life as comingto-accept.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-44502009000200001performatividaderesponsabilidadeato de aceitarmodernidadeperformativityresponsabilityact of acceptingmodernity |
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Fábio Luiz Lopes da Silva A vida como vir-a-aceitar: considerações Austinianas sobre a modernidade Life as coming-to-accept: Austin-like considerations on modernity DELTA: Documentação de Estudos em Lingüística Teórica e Aplicada performatividade responsabilidade ato de aceitar modernidade performativity responsability act of accepting modernity |
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Austin, como se sabe, toma a existência de um procedimento convencional aceito como condição primeira de felicidade de qualquer performativo. Mas isso coloca um problema, que o filósofo inglês não chega a considerar até suas últimas conseqüências. Refiro-me ao fato de que um certo performativo - a aceitação - está inscrito na própria estrutura da performatividade. Ou seja, todo performativo exige um 'Aceito', que, por sua vez, exige um 'Aceito'- e assim ao infinito. Aceitar - essa condição de felicidade de todo performativo - é um ato, no limite, impossível de ser objetivado. Trata-se, neste ensaio, de pensar, a partir de Austin, a vida como um vir-a-aceitar, tema correlativo ao já clássico tópico da vida como vir-a-ser. Trata-se, em seguida, de pensar a forma propriamente moderna de lidar com esse vir-a-aceitar. Para tanto, vou propor uma articulação entre a filosofia austiniana e as reflexões de Calligaris (1997) sobre a modernidade.<br>According to Austin, the first condition of happiness of a performative utterance is the existence of "an accepted conventional procedure". We have a curious situation here, and Austin recognizes it, at least in part. In fact, if a performative - the act of accepting - is inscribed in the very structure of performativity, then every performative - including accepting - presupposes an act of accepting, which, in its turn, presupposes an act of accepting, and so on. Accepting - not merely a regular performative, but a condition of the happiness of every performative - is, in the final analysis, is impossible to totalize. In this essay, following Austin's statements, I make an attempt to define life as comingto-accept, a topic analogous to the classical topic of life as coming-to-be. After this, I will try to articulate Austinian philosophy of language to Contardo Calligaris' considerations on modernity, in order to delineate the modern way of dealing with life as comingto-accept. |
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