Argumentação e discurso
Depois de mostrar que os estudos de argumentação que se difundiram na linguística moderna a partir da pragmática de Ducrot e Anscombre não se integram nos estudos de discurso, pois a argumentação nesses autores é um fato de língua e não de discurso, este texto pretende mostrar como podem as teorias...
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Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
2014-06-01
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doaj-da28fd290444492385dddb82c4d38f812020-11-24T22:40:44ZengPontifícia Universidade Católica de São PauloBakhtiniana: Revista de Estudos do Discurso2176-45732014-06-01915370Argumentação e discursoJosé Luiz Fiorin0USPDepois de mostrar que os estudos de argumentação que se difundiram na linguística moderna a partir da pragmática de Ducrot e Anscombre não se integram nos estudos de discurso, pois a argumentação nesses autores é um fato de língua e não de discurso, este texto pretende mostrar como podem as teorias do discurso trabalhar com a questão da argumentação. Elas não se podem limitar à microanálise linguística proposta pela pragmática integrada, embora, eventualmente, possam servir-se dela. Elas devem revisitar a tradição clássica. Se a retórica estudou, de um lado, a construção discursiva dos argumentos e, de outro, a dimensão antifônica dos discursos, as teorias do discurso devem herdar a retórica, ou seja, lê-la à luz dos problemas teóricos enunciados na atualidade. Herdar a retórica significa, pois, de uma parte, levando em consideração séculos de estudos já realizados, descrever, com as bases dos estudos discursivos atuais, os procedimentos discursivos que possibilitam ao enunciador produzir efeitos de sentido que permitem fazer o enunciatário crer naquilo que foi dito; de outra, analisar o modo de funcionamento real da argumentatividade, ou seja, o dialogismo presente na argumentação.http://revistas.pucsp.br/index.php/bakhtiniana/article/view/17352/14746Discursivização; Dialogismo; Procedimentos argumentativos |
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Depois de mostrar que os estudos de argumentação que se difundiram na linguística moderna a partir da pragmática de Ducrot e Anscombre não se integram nos estudos de discurso, pois a argumentação nesses autores é um fato de língua e não de discurso, este texto pretende mostrar como podem as teorias do discurso trabalhar com a questão da argumentação. Elas não se podem limitar à microanálise linguística proposta pela pragmática integrada, embora, eventualmente, possam servir-se dela. Elas devem revisitar a tradição clássica. Se a retórica estudou, de um lado, a construção discursiva dos argumentos e, de outro, a dimensão antifônica dos discursos, as teorias do discurso devem herdar a retórica, ou seja, lê-la à luz dos problemas teóricos enunciados na atualidade. Herdar a retórica significa, pois, de uma parte, levando em consideração séculos de estudos já realizados, descrever, com as bases dos estudos discursivos atuais, os procedimentos discursivos que possibilitam ao enunciador produzir efeitos de sentido que permitem fazer o enunciatário crer naquilo que foi dito; de outra, analisar o modo de funcionamento real da argumentatividade, ou seja, o dialogismo presente na argumentação. |
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