O que esconde a comédia americana: uma análise semiótica de <i>As patricinhas de Beverly Hills</i>
Abordamos o filme As patricinhas de Beverly Hills (Clueless, dirigido por Amy Heckerling, 1995) baseando-nos principalmente nas ideias propostas pela semiótica tensiva, sobretudo no que tange às condições e valores relacionados aos processos de mestiçagem (Zilberberg, 2004), e nas ideias relac...
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Universidade de São Paulo, Letras e Ciências Humanas
2013-06-01
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Series: | Estudos Semióticos |
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doaj-d8a3724a2cfa445b97f1d87b370d93652020-11-25T04:04:44ZengUniversidade de São Paulo, Letras e Ciências HumanasEstudos Semióticos1980-40162013-06-019110.11606/issn.1980-4016.esse.2013.61251O que esconde a comédia americana: uma análise semiótica de <i>As patricinhas de Beverly Hills</i>Taís de Oliveira0Universidade de São Paulo ( USP ). Endereço para correspondência: tata.pote@gmail.com Abordamos o filme As patricinhas de Beverly Hills (Clueless, dirigido por Amy Heckerling, 1995) baseando-nos principalmente nas ideias propostas pela semiótica tensiva, sobretudo no que tange às condições e valores relacionados aos processos de mestiçagem (Zilberberg, 2004), e nas ideias relacionadas ao cômico, propostas por Henri Bergson (1991). Buscamos localizar os limiares entre a superficialidade do cômico — característica própria do gênero do filme em questão — e alguma profundidade passível de análise para que pudéssemos depreender o sistema de valores subjacente aos mecanismos de inclusão e exclusão, temática central do filme. Nele, vê-se a história de uma aluna que é recepcionada em sua nova escola justamente pela líder do grupo dos alunos mais populares da instituição. No desenrolar da trama acompanha-se a diluição das membranas separadoras de classes, o que leva à construção de um efeito superficial de aceitação das diferenças. Porém, um olhar mais atento verifica que no lugar da aceitação das diferenças há um apagamento destas, o que propicia a mistura das classes inicialmente delineadas como fechadas. Com a abertura das classes passa-se, portanto, da lógica da exclusão para a de participação. Ou seja, as personagens, que inicialmente operavam segundo os valores de absoluto, passam a agir conforme os valores de universo. http://www.revistas.usp.br/esse/article/view/61251As patricinhas de Beverly Hillscomédiamestiçagemcinema americano |
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Abordamos o filme As patricinhas de Beverly Hills (Clueless, dirigido por Amy Heckerling, 1995) baseando-nos principalmente nas ideias propostas pela semiótica tensiva, sobretudo no que tange às condições e valores relacionados aos processos de mestiçagem (Zilberberg, 2004), e nas ideias relacionadas ao cômico, propostas por Henri Bergson (1991). Buscamos localizar os limiares entre a superficialidade do cômico — característica própria do gênero do filme em questão — e alguma profundidade passível de análise para que pudéssemos depreender o sistema de valores subjacente aos mecanismos de inclusão e exclusão, temática central do filme. Nele, vê-se a história de uma aluna que é recepcionada em sua nova escola justamente pela líder do grupo dos alunos mais populares da instituição. No desenrolar da trama acompanha-se a diluição das membranas separadoras de classes, o que leva à construção de um efeito superficial de aceitação das diferenças. Porém, um olhar mais atento verifica que no lugar da aceitação das diferenças há um apagamento destas, o que propicia a mistura das classes inicialmente delineadas como fechadas. Com a abertura das classes passa-se, portanto, da lógica da exclusão para a de participação. Ou seja, as personagens, que inicialmente operavam segundo os valores de absoluto, passam a agir conforme os valores de universo.
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