Carência de vitamina D: um problema de saúde pública não reconhecido e frequente no Grande Porto?
Introdução: Tem-se vindo a chamar a atenção para outras funções e necessidades da vitamina D, que não apenas a relacionada com a saúde óssea. Encontraram-se receptores para a vitamina D noutras células como linfócitos T e B, queratinócitos, neurónios, células da mama, próstata, cólon, pâncreas, mio...
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Sociedade Portuguesa de Pediatria
2014-08-01
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Series: | Portuguese Journal of Pediatrics |
Online Access: | https://pjp.spp.pt//article/view/4465 |
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doaj-d63182d58e6d4665ba358f093c2149562020-11-25T03:21:24ZengSociedade Portuguesa de PediatriaPortuguese Journal of Pediatrics 2184-33332014-08-0140210.25754/pjp.2009.4465Carência de vitamina D: um problema de saúde pública não reconhecido e frequente no Grande Porto?Tojal Monteiro Introdução: Tem-se vindo a chamar a atenção para outras funções e necessidades da vitamina D, que não apenas a relacionada com a saúde óssea. Encontraram-se receptores para a vitamina D noutras células como linfócitos T e B, queratinócitos, neurónios, células da mama, próstata, cólon, pâncreas, miocárdio e pulmões. Os níveis de vitamina D necessários para estimular estes receptores são mais elevados que os referidos classicamente, os que frenando a acção da paratormona, impedem a destruição óssea. Como a vida se faz cada vez mais ao abrigo da luz solar, incluindo a generalização de filtros solares que diminuem a síntese, será de esperar carência de vitamina D, com consequências para além da saúde óssea, como neoplasias, diabetes, doenças imunológicas, asma, doenças inflamatórias intestinais, esquizofrenia e depressão, cardiovasculares, periondontais e psoríase. Objectivos: Determinar níveis de vitamina D (25-HidroxiD3) numa amostra de crianças acompanhadas numa clínica privada do Grande Porto. Métodos: Foi avaliada uma amostra por conveniência de 45 crianças, 33 (73 %) raparigas, entre dois e meio e 16 anos, residentes no Grande Porto, de classes sociais média/alta, aparentemente saudáveis, no Inverno e Primavera de 2007/2008, recrutadas em consultas de saúde e depois de se explicar à família o objectivo do estudo e obter o seu acordo. Nenhuma criança recebeu suplemento farmacológico de vitamina D depois do primeiro ano de vida. Não foi possível quantificar a exposição média solar no Verão anterior. Consideraram-se quatro níveis de vitamina D: ideal> 100 nmol/L; suficiência 75-100 nmol/L; insuficiência relativa 50-74 nmol/L e deficiência <50 nmol/L. Resultados: Das 45 crianças, nove (20%) tinham um nível ideal, 24 (53%) suficiente, seis (13%) insuficiência relativa e seis (13%) deficiência. Conclusão: Foi encontrada carência de vitamina D em 26%da população estudada, nos meses com menos sol, no Grande Porto, não atingindo níveis ideais 80%. Esta constatação necessita de ser confirmada com outros estudos. A confirmar-se os resultados obtidos, a carência de vitamina D constituirá também no Grande Porto, pelo menos no tipo de população estudada, um importante problema de saúde pública não reconhecido e frequente. https://pjp.spp.pt//article/view/4465 |
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Introdução: Tem-se vindo a chamar a atenção para outras funções e necessidades da vitamina D, que não apenas a relacionada com a saúde óssea. Encontraram-se receptores para a vitamina D noutras células como linfócitos T e B, queratinócitos, neurónios, células da mama, próstata, cólon, pâncreas, miocárdio e pulmões. Os níveis de vitamina D necessários para estimular estes receptores são mais elevados que os referidos classicamente, os que frenando a acção da paratormona, impedem a destruição óssea. Como a vida se faz cada vez mais ao abrigo da luz solar, incluindo a generalização de filtros solares que diminuem a síntese, será de esperar carência de vitamina D, com consequências para além da saúde óssea, como neoplasias, diabetes, doenças imunológicas, asma, doenças inflamatórias intestinais, esquizofrenia e depressão, cardiovasculares, periondontais e psoríase.
Objectivos: Determinar níveis de vitamina D (25-HidroxiD3) numa amostra de crianças acompanhadas numa clínica privada do Grande Porto.
Métodos: Foi avaliada uma amostra por conveniência de 45 crianças, 33 (73 %) raparigas, entre dois e meio e 16 anos, residentes no Grande Porto, de classes sociais média/alta, aparentemente saudáveis, no Inverno e Primavera de 2007/2008, recrutadas em consultas de saúde e depois de se explicar à família o objectivo do estudo e obter o seu acordo. Nenhuma criança recebeu suplemento farmacológico de vitamina D depois do primeiro ano de vida. Não foi possível quantificar a exposição média solar no Verão anterior. Consideraram-se quatro níveis de vitamina D: ideal> 100 nmol/L; suficiência 75-100 nmol/L; insuficiência relativa 50-74 nmol/L e deficiência <50 nmol/L.
Resultados: Das 45 crianças, nove (20%) tinham um nível ideal, 24 (53%) suficiente, seis (13%) insuficiência relativa e seis (13%) deficiência.
Conclusão: Foi encontrada carência de vitamina D em 26%da população estudada, nos meses com menos sol, no Grande Porto, não atingindo níveis ideais 80%. Esta constatação necessita de ser confirmada com outros estudos. A confirmar-se os resultados obtidos, a carência de vitamina D constituirá também no Grande Porto, pelo menos no tipo de população estudada, um importante problema de saúde pública não reconhecido e frequente.
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