Summary: | A abordagem aqui realizada envolve a experiência brasileira de preparação das redes nacionais de ensino industrial que vieram à tona nos anos 1940. Trata-se das redes que visavam à formação de operários e de técnicos para a indústria que expandia em decorrência de escolhas nacionais e de fatores internacionais relacionados à economia de guerra. Pouco experiente com o ensino industrial em larga escala, o Brasil buscou referenciar-se em experiências internacionais. Para isso foram necessários intercâmbios, viagens técnicas, participação em congressos, celebração de acordos, importação e adaptação de modelos, tradução de livros e contratação de professores. Para estruturar redes de ensino industrial o Brasil mobilizou educadores e engenheiros. Mas em que experiências internacionais o Brasil deveria espelhar seu ensino industrial? Os anos 1940 são emblemáticos na afirmação do americanismo e no ofuscamento do europeísmo. A trajetória seguida pelo artigo busca identificar os principais agentes brasileiros envolvidos na preparação dessas redes de ensino industrial e seus percursos na busca de experiências internacionais. O que se demonstra, com base no exame de cartas e relatórios, é como as relações do Brasil com a Europa vão dificultando-se, restringindo-se, ao mesmo tempo em que os Estados Unidos vão credenciando-se, aproximando-se e transferindo capital, técnicas, homens e modelos. Em meados do século XX, mesmo antes da autodestruição europeia, o americanismo já era irradiante e isso se reflete nas ideias e nos produtos institucionais gerados pelos agentes do ensino industrial brasileiro.
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