Summary: | O artigo trata de componentes ideológicos envolvendo os seus papéis na produção do espaço pelo turismo. Ao se questionar de onde vem o poder da ideologia, é realizada uma análise acerca de três concepções dessa categoria. A primeira aponta a ideologia como inversão e parcialidade em um processo histórico-social que se complementa, tanto para transformar a subjetividade em objetividade, como para tratar a aparência das coisas como se fossem totalidades. A segunda noção refere-se a ideologia como posicionamento de classe, abarcando alguns grupos que atuam (de maneira deliberada e/ou irrefletida) na mistificação e naturalização dos processos socioespaciais, e outros que, norteados por procedimentos que lhes permitem reproduzir idealmente a realidade, cumprem o importante papel de desmistificar os primeiros. Associada a essas noções que posicionam as ideologias no espaço alcançado pelo turismo, está a terceira concepção mais fundamental. Essa contempla a ideologia como algo enraizado às operações socioprodutivas reificadas ou do espaço turistificado, as quais não podem ser modificadas qualitativamente sem a supressão da relação cada vez mais contraditória entre capital versus trabalho. Por meio dessa análise que auto-implica as diferentes e complementares concepções, verifica-se que o turismo é um importante mecanismo de alienação, seja pelas aparências tão necessárias à circulação, seja pela forma como é produzido.
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