Escola e cotidiano: um estudo das percepções matemáticas da comunidade quilombola Mussuca, em Sergipe
<p class="Default">Como ensina Ubiratan D’Ambrósio, a disciplina tão valorizada e que, muitas vezes, é colocada no pódio máximo quando se estabelece escalonamento das disciplinas é, em verdade, uma Etnomatemática produzida na Europa mediterrânea com algumas contribuições do povo indi...
Main Author: | |
---|---|
Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Universidade do Estado de Mato Grosso
2015-06-01
|
Series: | Eventos Pedagógicos |
Online Access: | http://sinop.unemat.br/projetos/revista/index.php/eventos/article/view/1866 |
id |
doaj-d553dcbe95a2470d89dbe5dafdf90593 |
---|---|
record_format |
Article |
spelling |
doaj-d553dcbe95a2470d89dbe5dafdf905932020-11-24T21:28:33ZengUniversidade do Estado de Mato GrossoEventos Pedagógicos2236-31652015-06-01622722731234Escola e cotidiano: um estudo das percepções matemáticas da comunidade quilombola Mussuca, em SergipeEvanilson Tavares de França<p class="Default">Como ensina Ubiratan D’Ambrósio, a disciplina tão valorizada e que, muitas vezes, é colocada no pódio máximo quando se estabelece escalonamento das disciplinas é, em verdade, uma Etnomatemática produzida na Europa mediterrânea com algumas contribuições do povo indiano e da civilização islâmica. A universalização desta Etnomatemática terminou eclipsando as construções matemáticas de outros grupos humanos, inclusive dos quilombolas. Esta postura hegemônica impulsionou o desenvolvimento desta pesquisa no quilombo Mussuca, localizado no município de Laranjeiras (Sergipe – Brasil), no período de maio/2012 a março/2013, objetivando analisar as percepções sobre os saberes matemáticos apresentadas por estudantes do 5º ano do Ensino Fundamental da comunidade quilombola (Mussuca) e a relação estabelecida por estes/as estudantes, professoras polivalentes e gestores/as da escola municipal com estes mesmos saberes e com a relação deles com as africanidades. As referências teóricas sustentadoras desta pesquisa estão representadas pela compreensão de: a) quilombo, tendo José Maurício Andion Arruti e Eliane Cantarino O’Dwyer como principais interlocutores/as; b) panorama da aprendizagem matemática, a partir das reflexões de Veleida Anahi da Silva, Shirley Conceição Silva da Costa, Ubiratan D’Ambrósio, Dario Fiorentini, Sérgio Lorenzato e Antônio Miguel, dentre outros; c) Etnomatemática, alicerçada, principalmente, nas construções de Ubiratan D’Ambrósio. As africanidades também constituíram diálogos frequentes, tendo em Maria Batista Lima e Azoilda Loretto Trindade seus principais aportes. O caminho delineado para a construção da pesquisa amparou-se em abordagem qualitativa por tratar o objeto de estudo de maneira globalizada, observando todos os elementos que interferem e que com ele dialogam. Como procedimentos metodológicos, recorreu-se a questionários, entrevistas semiestruturadas, observação não-estruturada, diário de campo, grupo focal e diário de bordo. Atribuiu-se à pesquisa recorte etnográfico, vez que, considerou-se os modos como as pessoas constroem e compreendem suas vidas (Robert Bogdan e Sari Biklen). A pesquisa evidenciou que a percepção de Matemática das crianças é bastante pulverizada, sendo que no ambiente externo à escola esta percepção é mais diversificada do que no interior do espaço escolar; mostrou também que professores/as e estudantes não construíram uma relação pessoal e afetiva positiva com a Matemática. Apontou ainda que: a) a proposta pedagógica estabelece um diálogo bastante frágil com a contextura sociocultural do quilombo; b) as legislações e/ou instrumentos que tratam da pluralidade cultural, do ensino de história e cultura africana e afro-brasileira e da educação para as relações etnicorraciais são desconhecidos pela maioria dos que fazem a escola; c) como consequência, as temáticas supracitadas não aparecem ou aparecem timidamente na ação pedagógica da unidade de ensino e; d) possivelmente como corolário dos apontamentos anteriores, os saberes matemáticos processados pelos/as estudantes no cotidiano externo à escola não estabelecem diálogo com a matemática escolar.</p> <p><strong> </strong></p> <p><strong>Palavras-chave</strong>: matemática; etnomatemática; percepções matemáticas; africanidades.</p>http://sinop.unemat.br/projetos/revista/index.php/eventos/article/view/1866 |
collection |
DOAJ |
language |
English |
format |
Article |
sources |
DOAJ |
author |
Evanilson Tavares de França |
spellingShingle |
Evanilson Tavares de França Escola e cotidiano: um estudo das percepções matemáticas da comunidade quilombola Mussuca, em Sergipe Eventos Pedagógicos |
author_facet |
Evanilson Tavares de França |
author_sort |
Evanilson Tavares de França |
title |
Escola e cotidiano: um estudo das percepções matemáticas da comunidade quilombola Mussuca, em Sergipe |
title_short |
Escola e cotidiano: um estudo das percepções matemáticas da comunidade quilombola Mussuca, em Sergipe |
title_full |
Escola e cotidiano: um estudo das percepções matemáticas da comunidade quilombola Mussuca, em Sergipe |
title_fullStr |
Escola e cotidiano: um estudo das percepções matemáticas da comunidade quilombola Mussuca, em Sergipe |
title_full_unstemmed |
Escola e cotidiano: um estudo das percepções matemáticas da comunidade quilombola Mussuca, em Sergipe |
title_sort |
escola e cotidiano: um estudo das percepções matemáticas da comunidade quilombola mussuca, em sergipe |
publisher |
Universidade do Estado de Mato Grosso |
series |
Eventos Pedagógicos |
issn |
2236-3165 |
publishDate |
2015-06-01 |
description |
<p class="Default">Como ensina Ubiratan D’Ambrósio, a disciplina tão valorizada e que, muitas vezes, é colocada no pódio máximo quando se estabelece escalonamento das disciplinas é, em verdade, uma Etnomatemática produzida na Europa mediterrânea com algumas contribuições do povo indiano e da civilização islâmica. A universalização desta Etnomatemática terminou eclipsando as construções matemáticas de outros grupos humanos, inclusive dos quilombolas. Esta postura hegemônica impulsionou o desenvolvimento desta pesquisa no quilombo Mussuca, localizado no município de Laranjeiras (Sergipe – Brasil), no período de maio/2012 a março/2013, objetivando analisar as percepções sobre os saberes matemáticos apresentadas por estudantes do 5º ano do Ensino Fundamental da comunidade quilombola (Mussuca) e a relação estabelecida por estes/as estudantes, professoras polivalentes e gestores/as da escola municipal com estes mesmos saberes e com a relação deles com as africanidades. As referências teóricas sustentadoras desta pesquisa estão representadas pela compreensão de: a) quilombo, tendo José Maurício Andion Arruti e Eliane Cantarino O’Dwyer como principais interlocutores/as; b) panorama da aprendizagem matemática, a partir das reflexões de Veleida Anahi da Silva, Shirley Conceição Silva da Costa, Ubiratan D’Ambrósio, Dario Fiorentini, Sérgio Lorenzato e Antônio Miguel, dentre outros; c) Etnomatemática, alicerçada, principalmente, nas construções de Ubiratan D’Ambrósio. As africanidades também constituíram diálogos frequentes, tendo em Maria Batista Lima e Azoilda Loretto Trindade seus principais aportes. O caminho delineado para a construção da pesquisa amparou-se em abordagem qualitativa por tratar o objeto de estudo de maneira globalizada, observando todos os elementos que interferem e que com ele dialogam. Como procedimentos metodológicos, recorreu-se a questionários, entrevistas semiestruturadas, observação não-estruturada, diário de campo, grupo focal e diário de bordo. Atribuiu-se à pesquisa recorte etnográfico, vez que, considerou-se os modos como as pessoas constroem e compreendem suas vidas (Robert Bogdan e Sari Biklen). A pesquisa evidenciou que a percepção de Matemática das crianças é bastante pulverizada, sendo que no ambiente externo à escola esta percepção é mais diversificada do que no interior do espaço escolar; mostrou também que professores/as e estudantes não construíram uma relação pessoal e afetiva positiva com a Matemática. Apontou ainda que: a) a proposta pedagógica estabelece um diálogo bastante frágil com a contextura sociocultural do quilombo; b) as legislações e/ou instrumentos que tratam da pluralidade cultural, do ensino de história e cultura africana e afro-brasileira e da educação para as relações etnicorraciais são desconhecidos pela maioria dos que fazem a escola; c) como consequência, as temáticas supracitadas não aparecem ou aparecem timidamente na ação pedagógica da unidade de ensino e; d) possivelmente como corolário dos apontamentos anteriores, os saberes matemáticos processados pelos/as estudantes no cotidiano externo à escola não estabelecem diálogo com a matemática escolar.</p> <p><strong> </strong></p> <p><strong>Palavras-chave</strong>: matemática; etnomatemática; percepções matemáticas; africanidades.</p> |
url |
http://sinop.unemat.br/projetos/revista/index.php/eventos/article/view/1866 |
work_keys_str_mv |
AT evanilsontavaresdefranca escolaecotidianoumestudodaspercepcoesmatematicasdacomunidadequilombolamussucaemsergipe |
_version_ |
1725969878226042880 |