Depressão nos adolescentes – mito ou realidade?

Introdução: A adolescência é um período de grandes mudanças a nível biopsicossocial, o que torna esta fase mais vulnerável a alterações psicológicas. A depressão surge como uma entidade clínica cada vez mais prevalente, podendo ser precursora de psicopatologia no adulto. Objetivos: Avaliar a prevalê...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Catarina Resende, Elisabete Santos, Paulo Santos, Alzira Ferrão
Format: Article
Language:English
Published: Centro Hospitalar do Porto 2017-01-01
Series:Nascer e Crescer
Subjects:
Online Access:http://revistas.rcaap.pt/nascercrescer/article/view/10285
Description
Summary:Introdução: A adolescência é um período de grandes mudanças a nível biopsicossocial, o que torna esta fase mais vulnerável a alterações psicológicas. A depressão surge como uma entidade clínica cada vez mais prevalente, podendo ser precursora de psicopatologia no adulto. Objetivos: Avaliar a prevalência e caracterizar a população de adolescentes com síndrome depressivo na consulta de adolescência. Material e métodos: Estudo retrospetivo e analítico, com base nos dados obtidos dos 91 processos clínicos dos doentes seguidos na consulta de adolescência com o diagnóstico de distúrbio depressivo, no período de janeiro de 2003 a dezembro de 2011. Resultados: O diagnóstico de distúrbio depressivo foi feito a 91 adolescentes (N=91). Verificou-se um predomínio do sexo feminino. A idade média do diagnóstico foi de 14,8 anos. Os adolescentes foram referenciados principalmente dos Cuidados de Saúde Primários e da Urgência Pediátrica (26,4 e 22%, respetivamente). Os principais sintomas à apresentação foram a tristeza/ labilidade emocional/choro fácil (61,5%). Os sintomas psicossomáticos estiveram presentes em 30,4% dos adolescentes. Em 64,8% dos casos foi identificado um contexto desfavorável, sendo os problemas/conflitos familiares o mais frequente (38,5%). Verificou-se ideação suicida em 28,6% dos casos, com para-suicídio em 21%. Em 60,4% foi pedida colaboração de outras consultas (71% pedopsiquiatria). Iniciaram medicação 76,9% dos adolescentes, sendo a fluvoxamina o fármaco mais usado. Conclusão: A perturbação depressiva no adolescente tem aumentado nos últimos anos. Os médicos dos cuidados de saúde primários são os primeiros a tomar contacto com esta problemática. Assim, é importante a identificação precoce de adolescentes em risco de desenvolver esta patologia.
ISSN:0872-0754
0872-0754