Summary: | Objetivo: Entre os principais determinantes de uma política de investimentos estão a estrutura de propriedade e o comportamento dos gestores. Nesta vertente, um segmento de empresas que possuem características específicas que se sobressaem nas políticas de investimento são as empresas familiares. Assim, o objetivo da pesquisa consistiu em analisar o impacto da estrutura de propriedade familiar nas decisões de investimento das empresas brasileiras entre os períodos de crises econômicas (2009-2013), pois tais períodos foram considerados satisfatórios para a economia e apresentaram normalidade institucional. Metodologia: O estudo apresenta um modelo de regressões lineares múltiplas elaboradas para testar o impacto de várias variáveis sobre uma variável dependente em uma relação simultânea. A variável dependente consistiu no índice de investimento em CapEx realizado pelas empresas. A variável de interesse foi uma variável dummy se a empresa era familiar ou não. Além disso, foram realizados testes para identificar os momentos da companhia, ou seja, testar o comportamento das empresas quando estas estavam melhores ou piores do que suas concorrentes não familiares. Resultados: Os resultados corroboram os pressupostos de autopreservação, visto que as empresas familiares investiram 13,5% menos do que empresas não familiares. Contudo, as empresas familiares quando apresentam resultados piores que suas concorrentes investem até 24% mais do que empresas não familiares. Desta forma, a pesquisa sustenta as hipóteses de que as empresas familiares estão mais alinhadas ao comportamento de autopreservação nas decisões de investimento. Contribuições teóricas: A pesquisa proporciona uma análise sobre os chamados mixed-gambles das empresas familiares, ou seja, a aversão ao risco e a busca pela perpetuidade da companhia demonstrados pelo uso da variável dummy e pelos testes complementares com situações econômicas favoráveis e desfavoráveis. Contribuições práticas: Foram encontrados resultados que apontam o comportamento de maior autopreservação das empresas brasileiras em relação aos seus investimentos.
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